São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Confiança nos EUA é a pior da história

Indicador recuou 6,7 pontos de novembro para dezembro e chegou ao patamar mais baixo desde sua criação, em 1967

Preços das casas têm queda pelo 28º mês seguido nos Estados Unidos e valor das residências está no menor patamar desde abril de 2004

Spenser Platt/France Presse
Cartaz mostra desconto em liquidação em loja de Nova York

DA REDAÇÃO

A confiança do consumidor norte-americano chegou ao seu menor nível histórico em dezembro, mês em que foi confirmada a recessão da economia dos Estados Unidos, grandes empresas anunciaram demissões em massa e as montadoras tiveram que recorrer à ajuda bilionária do governo.
O índice de confiança caiu para 38 pontos neste mês, ante 44,7 pontos em novembro, segundo levantamento do instituto privado Conference Board. No mês passado, a confiança do consumidor dos Estados Unidos (cuja pesquisa começou a ser realizada em 1967) tinha tido pequena recuperação e a expectativa de analistas era que ele voltasse a subir agora, especialmente devido à queda nos preços da gasolina.
Para a diretora do Conference Board Lynn Franco, a "ampliação da erosão" do índice é reflexo da "rápida e aguda deterioração das condições econômicas" que ocorreram no quarto trimestre deste ano -em 15 de setembro, o banco de investimento norte-americano Lehman Brothers pediu concordata, sendo o estopim do recrudescimento da crise global.
Segundo ela, é possível que a queda se acentue ainda mais nos próximos meses, e o cenário econômico permanece "bastante sombrio" para o primeiro semestre do ano que vem e que uma recuperação "modesta" só deve ser sentida na segunda metade de 2009.
A confiança do consumidor é um dos primeiros indicadores sobre o estado da economia americana em dezembro, que parece caminhar para ser um mês ainda pior que o anterior.
Um dos sinais do agravamento da crise é que as vendas de final do ano do varejo, o período mais importante para o setor, devem ser as piores desde pelo menos 1970.
E o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego chegou há duas semanas ao seu maior nível em 26 anos (os dados da semana passada serão divulgados hoje), mais um indício de que os cortes de postos de trabalho neste mês devem superar os 533 mil de novembro, que foi a maior redução de vagas desde 1974.
Outro dado negativo divulgado ontem foi o de preços de casas, que recuaram em outubro 18% na comparação com o mesmo período do ano passado -foi o 28º mês consecutivo de queda. Os preços das residências em 20 grandes áreas metropolitanas dos Estados Unidos estão no menor patamar desde abril de 2004.


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