São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Financeira da GM é convertida em banco e recebe ajuda de US$ 5 bi do Tesouro

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

O governo dos EUA aprofundou sua intervenção na indústria automotiva do país na noite da última segunda, quando anunciou a injeção de US$ 5 bilhões do Departamento do Tesouro na GMAC, antigo braço financeiro da GM. O acordo permite que a financeira se converta em uma holding bancária, que poderá assim reduzir custos de empréstimos e ganhar acesso a fundos do Fed (BC) a taxas mais baixas.
Os US$ 5 bilhões já compraram ações preferenciais da GMAC, que hoje é de propriedade conjunta da GM e da Cerberus Capital Management (grupo dono da Chrysler). A ajuda extra chega no momento em que o Tesouro já se preparava para entregar US$ 4 bilhões à GM e igual quantia à Chrysler, na primeira parte de um empréstimo de US$ 17,4 bilhões que a Casa Branca ofereceu às montadoras neste mês.
O Tesouro anunciou também um empréstimo separado de US$ 1 bilhão à GM, especificamente para que a montadora compre ações da GMAC.
Aparentemente, os fundos já estão sendo usados. A financeira disse em nota ontem que está baixando seus critérios para oferta de crédito para aumentar a cartela de clientes. A GMAC havia diminuído significativamente o número de empréstimos concedidos enquanto lutava para evitar a bancarrota durante a crise econômica.
Além disso, a GM disse que vai começar a oferecer financiamento a 0% para elevar as vendas. "[As modificações] nos trarão muito mais clientes", disse Mark LaNeve, vice-presidente da GM para vendas na América do Norte. "É um sinal forte de que a GMAC está de volta ao jogo."
Tanto a injeção extra quanto o empréstimo da Casa Branca são provenientes do pacote de US$ 700 bilhões que o Congresso aprovou para socorrer instituições financeiras.
A financeira enfrenta dificuldades tanto pela paralisia do mercado de crédito quanto por perdas de US$ 8,9 bilhões desde 2007 por sua subsidiária de empréstimos imobiliários.
Ainda há sérias dúvidas, porém, sobre se os consumidores comprarão veículos de montadoras à beira da falência. Além disso, a GM e a Cerberus serão forçadas a reduzir suas posições atuais na GMAC, que hoje são de 49% e 51%, respectivamente. Assim, a GM entra no caminho para se tornar a primeira montadora global a não ter influência ou controle sobre sua financeira.


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