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Empresas dão curso de liderança

Objetivo é oferecer condições para que profissionais técnicos migrem para posições executivas

DE SÃO PAULO

"Penso com a cabeça, não com a perna", resume o processador de dados Flávio Galo, 51, sobre sua promoção. Ele passou de escriturário a gerente de processos e controles do Itaú Unibanco.

Galo, que tem atrofia na perna direita, recebeu curso de capacitação, que incluiu temas como gestão e liderança, quando ingressou em sua primeira função.

Agora, o banco mudou de estratégia. O curso é oferecido após a contratação, mas antes de o profissional efetivamente começar a trabalhar.

Na prática, isso possibilita aos gestores identificar os futuros líderes e alocá-los em cargos que permitam uma ascensão direcionada.

"Queremos aproveitar o talento deles", reforça Marcelo Orticelli, diretor da área de pessoas do Itaú Unibanco.

Outras empresas também passaram a ter políticas para promover pessoas com deficiência a cargos de chefia.

Até órgãos governamentais criaram ações, como a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo de São Paulo. Este ano, a secretaria alterou o Programa de Empregabilidade, elaborado em 2008.

As aulas de capacitação para pessoas com deficiência -que são empregadas em uma das 35 companhias parceiras do governo- passaram a abordar gestão, com o objetivo de formar líderes. "[Os profissionais] não se contentam mais em ficar em cargos operacionais", avalia a secretária, Linamara Battistella.

ASCENSÃO

Foi essa constatação que fez com que a Serasa Experian, de análise de crédito, oferecesse programa de inclusão com palestras, fóruns e plano de carreira para as pessoas com deficiência.

O objetivo, segundo Elcio Trajano, gerente-executivo de gestão de desenvolvimento, é dar "condições iguais de ascensão aos funcionários".

Paraplégico devido a uma má-formação na medula, João Ribas, 57, entrou na empresa em 2001 como analista e, dois anos depois, tornou-se coordenador do programa de empregabilidade de pessoas com deficiência -cargo que ocupa atualmente.

"No começo, perguntavam se eu precisava de ajuda. Eu respondia que a cadeira de rodas, em vez de me tirar a

liberdade, possibilitou-me ser independente."

Os trabalhadores também buscam aprendizado. no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), as matrículas de pessoas com deficiência no curso de gestão industrial cresceu 54,5% de 2009 a 2011 -passando de 2.463 há dois anos para 3.805 até setembro deste ano.

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