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Incentivo é usado para retenção

Ganhos são valorizados, mas trabalhadores avaliam outros fatores, como clima organizacional

Gabo Morales/Folhapress
O bancário Antônio de Pádua, em restaurante na capital paulista, em SP
O bancário Antônio de Pádua, em restaurante na capital paulista, em SP

DE SÃO PAULO

"Almoçar com mais liberdade financeira" foi um dos ganhos que o bancário Antônio de Pádua, 52, afirma ter conquistado após as negociações coletivas do setor.

Com um vale-refeição de R$ 20 por dia -antes era de R$ 17-, Pádua afirma poder ir a restaurantes melhores com mais frequência e pedir "pratos diversificados".

Além disso, com o novo valor da PLR (participação nos lucros e resultados), que somou R$ 2.400 a mais que no ano passado, o bancário pretende pagar dívidas e garantir a próxima viagem de férias. "Vou organizar a vida e traçar planos a longo prazo."

Ganhos em benefícios, como os de Pádua, segundo sindicatos patronais e especialistas em recursos humanos, são utilizados como complemento salarial e incentivo à retenção de talentos.

Em época de inflação alta, analisa Magnus Apostólico, diretor de relações do trabalho da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), esses direitos constituem "uma alternativa de ganho fora do reajuste salarial".

COMPENSAÇÃO

Utilizar os benefícios como forma de compensar salários baixos e motivar funcionários é artifício de companhias em cenários econômicos atribulados, analisa José Dari Krein, economista coordenador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

"As empresas buscam uma forma de atrair e reter os funcionários e, ao mesmo tempo, fazer com que eles aceitem suas limitações financeiras", explica o especialista.

INSUFICIENTE

Investir em pacotes de benefícios sem que a empresa tenha um ambiente de trabalho agradável e ofereça salário compatível com o mercado, contudo, é ineficiente, na avaliação de Eliane Figueiredo, diretora-presidente da consultoria Projeto RH.

"Na hora de trocar de emprego, os profissionais colocam no lápis desde o salário oferecido até o clima organizacional das duas companhias", analisa a diretora.

O bancário Antonio de Pádua concorda com Figueiredo. "A maior expectativa [da categoria] está na redução da pressão por resultados e do assédio moral no ambiente de trabalho", argumenta.

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