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Empresa contrata detetive para investigar funcionário

Agentes pesquisam roubos na companhia e afastamentos por invalidez

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Funcionários em litígio trabalhista, suspeitos de roubar dados ou bens e profissionais sondados para ingressar em uma nova companhia são potenciais investigados por detetives particulares contratados por empregadores.

Segundo empresas de detetive ouvidas pela Folha, esse é um mercado menos importante que o das investigações conjugais, mas tem crescido.

O dono da agência Líder, Fabrício Dias, 32, diz atender, em média, a quatro companhias em busca de informações sobre empregados por mês.

Uma delas é um restaurante. O proprietário, A.G., 38, afirma ter percebido que a quantidade de peixe consumida no estabelecimento não batia com as vendas. As suspeitas se acentuaram quando um dos trabalhadores fez uma denúncia.

"Colocamos uma câmera escondida dentro do estoque, e um funcionário estava desviando o material", conta.

Além disso, os investigadores seguiram o empregado a Sorocaba (a 102 km de São Paulo), onde o peixe era vendido a um mercado.

A solução encontrada pelo dono do restaurante foi fazer um acordo para que o funcionário pedisse demissão.

O serviço saiu por R$ 12 mil, mais do que o comerciante gastaria se demitisse o empregado -cerca de R$ 5.000.

Dinheiro não é o único fator considerado, afirmam detetives. Há temor em relação ao dano de não punir funcionário que desvia bens ou recebe indenização na Justiça.

Para o dono da agência de detetives Activa, que preferiu não se identificar, quando um empregado vence um processo de afastamento por doença de trabalho sem estar incapacitado, abre precedente para outros fazerem o mesmo.

Dias conta que também há casos em que o problema de saúde do funcionário é constatado. "Não somos contratados para escrever o relatório que o cliente quer, mas o que encontramos de fato."

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