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Minha História Magnus Ribas Apostólico, 62

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

RESUMO: Magnus Ribas Apostólico, 62, é diretor de relações do trabalho da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ele é o responsável por sentar com os representantes dos trabalhadores para negociar as convenções anuais, que vão determinar piso salarial, reajuste e outras regras. Quando não há acordo, acontecem as greves, como em 2011.

Prefiro negociar reajustes sem greves, claro. Mas trabalho com elas há 32 anos.

Já estive em mineradoras, siderúrgicas, portos e associações de classes.

Nos anos 1980, os sindicatos tinham muita vontade de extravasar, em parte por causa de toda a repressão dos anos 1970. As negociações, até mesmo na mesa, eram mais agressivas.

Hoje, elas são mais profissionalizadas. Os trabalhadores são assessorados por advogados, técnicos em negociação e fazem cursos pelo mundo inteiro.

Se o pedido for muito alto, até facilita meu trabalho, porque não preciso nem considerá-lo. Mas, se o número tiver embasamento, entra-se em uma discussão séria, com lógica. A mesa é dura.

As pautas também mudaram. Discutimos participação nos lucros e remuneração, como sempre. Mas também há condições de trabalho, saúde, segurança, relacionamento nas empresas e questões de igualdade e diversidade. Nem se pensava nisso nos anos 1980.

E, de dez anos para cá, saímos de 26% de transações eletrônicas para 90%. Os que usam os canais alternativos, como os caixas eletrônicos ou a internet, ignoram a greve.

Mas há problemas para quem precisa ir à agência -alguém que quer falar com o gerente ou um aposentado.

Isso causa [no cliente] uma reação de contrariedade ao banco, ao sindicato e também ao grevista.

Mas, claro, o direito de greve deve ser respeitado. Sempre que iniciamos uma negociação, alertamos os bancos de que a comunicação interna [a respeito do andamento da paralisação] deve ser feita de maneira isenta para não parecer pressão.

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