Índice geral Empregos
Empregos
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Os dois lados da moeda

Agressividade, adesão e críticas: uma grevista e um negociador contam o que mudou nas paralisações

MINHA HISTÓRIA ELAINE DE AMORIM CARVALHO, 41

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

RESUMO: Elaine de Amorim Carvalho, 41, professora de odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, foi eleita delegada de sua instituição e está em Brasília participando da mobilização do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A paralisação começou no dia 17 de maio e ainda não há uma previsão para o fim.

O nosso sindicato tem pouco mais de 30 anos e já aconteceram 18 paralisações. É muito. Mas quem olhar o histórico vai notar que só conseguimos reajustes com esses movimentos.

Esta greve é a terceira da qual participo ativamente, e está sendo diferente. Na minha experiência, nunca vi uma começar com a adesão de tantas instituições ao mesmo tempo. São 47 universidades federais.

Geralmente, as paralisações são deflagradas com um número menor e as instituições aderem aos poucos.

E está sendo pautada por novos professores, contratados recentemente. Tem gente que ainda está em estágio probatório e representa os outros professores.

Ainda não recebemos críticas. Temos lido os jornais e os comentários são favoráveis ou neutros. Até agora, nenhum aspecto foi considerado abusivo. Acho que a sociedade está entendendo.

Estamos pedindo reajuste salarial baseado na tabela do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de aproximadamente 20%, que contemplaria as perdas por conta da inflação.

Temos os salários mais baixos do funcionalismo público -o piso é de R$ 1.597,92. Há iniciantes de nível técnico da Policia Rodoviária Federal que ganham mais do que a gente. Não queremos que o salário deles diminua. Mas a docência vai além de um preparo técnico. É uma questão de vocação.

Nossa pauta também pede melhores condições de trabalho. Ouvi relatos de colegas que contam que há universidades com falta de energia elétrica, água, internet -nem imagino fazer pesquisa sem acesso à internet!

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.