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Escolas vão além dos testes vocacionais

Em São Paulo, programas que orientam alunos para a carreira ampliam atividades e tempo de duração

Lucas Lima/Folhapress
O estudante Daniel Corrêa mudou de ideia ao visitar universidade
O estudante Daniel Corrêa mudou de ideia ao visitar universidade

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Em vez dos testes vocacionais, visitas a faculdades, conversas com profissionais e sessões de autoconhecimento. E, no lugar de um ano, três. Alguns colégios de São Paulo ampliaram seus programas de auxílio à decisão de carreira dos alunos.

Acidiniz Fonseca da Silva, assistente pedagógico do ensino médio do Colégio São Luís, refere-se ao programa como acompanhamento vocacional. "Ele acontece ao longo do ciclo de três anos do ensino médio", descreve.

No fim desse período, os alunos podem assistir a algumas aulas em uma faculdade por meio de um convênio com a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

"É importante que eles tenham um 'gosto' de como é a universidade", diz Silva.

O estudante Daniel Rocha Corrêa, 17, visitou a Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).

A ida ao local do curso o levou a mudar de ideia: ele desistiu de seguir a carreira em relações internacionais para tentar a de direito.

"Eu gostava da proposta do curso [de RI]. Mas conversei com quem estuda e ouvi que as possibilidades profissionais são um pouco restritas. Quando se faz direito, há mais horizonte de atuação."

AUTOCONHECIMENTO

O Colégio Visconde de Porto Seguro, de São Paulo, também oferece um programa que dura os três anos do ensino médio. "Precisamos desse tempo para entendermos as necessidades e as expectativas dos alunos", diz Sabrina Steyer, orientadora educacional da escola.

Ela conta que, para evitar escolhas impulsivas baseadas em profissões que talvez deem mais retorno financeiro, a instituição desenvolve um trabalho de autoconhecimento com os estudantes.

Anna Carolina de Marco, 16, levou em conta suas aptidões e as perspectivas do mercado ao optar pela futura carreira: quer ser arquiteta e se especializar em sustentabilidade.

PRÉ-ESCOLA

O programa de três anos é mais longo do que o tradicional, que ocorre só no fim do ensino médio. Mas poderia ser maior, afirmam os especialistas.

"A lógica da educação para a carreira deve começar na pré-escola e continuar ao longo do ciclo educacional, inclusive no superior", diz Lucy Leal Melo Silva, professora de psicologia da USP-RP (Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto).

Ela também recomenda um bate-papo com universitários antes de decidir a carreira. "Muitas vezes, os profissionais estão ocupados, mas os alunos de ensino superior nem tanto, eles são bacanas", afirma.

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