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Campo aberto

Mais atentos às expectativas dos jovens, programas de estágio e trainee tornam-se mais flexíveis

DE SÃO PAULO

Em programas de estágio e de trainee de algumas empresas brasileiras e multinacionais, a antiga rigidez dos processos internos deu lugar a regras mais flexíveis e adaptadas à realidade dos jovens.

Estudante do 3º ano de direito da USP (Universidade de São Paulo), Vitor Pinto, 20, faz estágio há três meses no escritório de advocacia Machado Meyer Sendacz Opice.

Além de ajudar os advogados nas funções básicas do escritório, Pinto afirma contribuir também com a elaboração do próximo programa de estágio da empresa.

"Sugeri aulas práticas e uma carga horária maior da disciplina que ensina a usar as ferramentas tecnológicas básicas do escritório", conta o estagiário.

De acordo com Cassius Silva, gerente de recursos humanos do escritório, dar voz aos jovens é fundamental para reforçar o vínculo deles com a empresa.

Após três semanas de treinamento, "os estagiários escolhem a área em que desejam atuar", complementa. Pinto, por exemplo, optou pelo direito societário. "Efetivamos mais da metade dos 16 selecionados", calcula Silva.

BAIXA EVASÃO

O mesmo ocorre no programa de talentos da L'Oréal, multinacional de beleza e cosméticos onde o sistema chamado "job rotation" -passagem por diversos setores- para trainees foi abolido em 2011.

Segundo Raquel Feijó, coordenadora de recursos humanos da empresa, hoje os próprios candidatos escolhem a área de atuação. "Oferecemos flexibilidade para que o trainee desenvolva seu projeto da melhor forma possível no programa", afirma.

Com a maior participação dos jovens, o índice de evasão de trainees foi de 16% em 2010 a zero no ano passado.

Para Kátia Akico, 25, trainee da divisão de cosmética ativa da L'Oréal, esse tipo de abertura motiva a equipe. "Sentimo-nos participando efetivamente das coisas e enxergamos sentido no nosso trabalho", diz.

Na GE, multinacional de eletrônicos, o índice de retenção dos trainees está próximo a 99%. A GE fez uma força-tarefa para alcançar esse resultado e tornar o programa vantajoso para a empresa e para os jovens.

O "job rotation", por exemplo, é feito apenas na área de atuação que o jovem definiu. Ou seja, ele não trabalha em setores nos quais não tem experiência e, principalmente, não gosta. "Os participantes relatam que essa é uma vantagem do nosso programa nas reuniões de desempenho", diz Alessandra Zaccheu, diretora de RH da GE do Brasil.

Trainee de engenharia da multinacional, Catarina Marques, 26, diz que permanece no programa, entre outros motivos, pelo foco direcionado do "job rotation". "Passo por vários negócios da empresa sem sair da área em que realmente pretendo atuar", explica.

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