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Sobram vagas e candidatos
Empresas têm dificuldades para preencher os cargos mais qualificados
Alessandro Shinoda/Folhapress
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O engenheiro eletricista José Roberto
Elias Jr.
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
Uma equação não bate no
mercado de trabalho: nos últimos anos, muito se tem falado em carência de mão de
obra qualificada em áreas como engenharia, finanças e
tecnologia da informação.
Do outro lado do balcão,
diversos profissionais com
currículos de peso não conseguem emprego compatível
com suas habilidades.
No meio desse aparente
paradoxo, duas explicações:
as vagas se concentram em
alguns nichos -em engenharia, por exemplo, os holofotes estão em civil e petróleo, em detrimento de outras- e os requisitos exigidos
para ocupar os postos estão
acima da média do mercado.
O diretor-presidente da
Progen, de projetos de engenharia industrial, Eduardo
Barella, confirma a primeira
tese. "Faltam profissionais
experientes em certas áreas,
como petróleo e gás", diz.
Para um recém-formado
que "se destaca", a empresa
oferece salário de R$ 4.500.
De olho em chances como
essa, engenheiros de outras
áreas, como José Roberto
Elias Jr., 44, tentam migrar.
Ele terminou em março a
especialização em petróleo e
gás na Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
Engenheiro eletricista pelo
Instituto Mauá de Tecnologia, fez duas pós-graduações
em áreas de gestão, afirma
ter nível avançado em inglês
e conta com experiência em
multinacionais de TI.
Mesmo assim, não conseguiu emprego na nova área.
Não faltou proatividade: enviou currículo para 50 contatos, mas não obteve retorno.
"Esperava sair do curso
com propostas. Estou disposto a mudar de Estado."
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