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saúde corporativa
Com rotina de negócios, executivo deixa dieta
SÍLVIA HAIDAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Almoços de negócios, reuniões regadas a café e coquetéis. Juntam-se a esse eventos
gastronômicos uma rotina estressante e pouco tempo para
cuidar da saúde.
O resultado é que os executivos que precisam controlar a
alimentação acabam sempre
saindo da dieta.
"O restaurante vira extensão
do escritório", descreve o médico Gilberto Ururahy, que afirma ter atendido cerca de 45 mil
executivos em sua clínica no
Rio de Janeiro desde 1990.
Antonio Carlos Kohn, 50,
executivo do ramo de petróleo,
conta que pelo menos duas vezes por semana tem jantares de
negócios. "Levo as pessoas que
vêm de fora de São Paulo para
conhecer bons restaurantes e
acabo comendo demais."
Segundo Ururahy, embora
atualmente os executivos estejam mais conscientizados sobre a importância de uma alimentação equilibrada, o excesso diário de tarefas e de preocupações tem prejudicado os planos de melhorar a saúde.
"O estresse é o grande vilão
que está por trás de um estilo
de vida inadequado", afirma.
Ele explica que, quando a pessoa está sob pressão, são liberados hormônios como a adrenalina e o cortisol, o que causa a
elevação da frequência cardíaca, o aumento do apetite e a
retenção de líquido.
De acordo com Ururahy,
quem sofre mais com o estresse
são as mulheres, que acumulam as obrigações da empresa e
as do trabalho de casa.
Foi o que aconteceu com
Carmen Gonzalez, 42, gerente
de trade marketing da carioca
Leader, casada e mãe de dois
adolescentes. Há seis anos, ela
fez um check-up que acusou
colesterol alto e hipertensão.
"Por falta de tempo, abusava
de fast food. Saía para comprar
e, na volta, comia o lanche no
elevador mesmo", diz Gonzalez, que também fazia refeições
em aeroportos e em aviões.
Quando recebeu os resultados dos exames, decidiu reagir.
"Não dá para ver que sua saúde
está abalada e não fazer nada a
respeito", ressalta. Hoje ela
pratica boxe, faz caminhadas e
evita alimentos gordurosos.
Com isso, emagreceu 7 kg e
dorme melhor.
Novos hábitos
Renata Padovani, nutricionista e pesquisadora do Nepa/
Unicamp (Núcleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentação da
Universidade Estadual de
Campinas), conta que o grande
problema em relação à alimentação é que produtos que eram
ingeridos eventualmente passaram a fazer parte do dia a dia.
"Principalmente quando não
há prática de exercícios físicos,
comidas muito gordurosas podem elevar o peso e provocar
doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas
ateroscleróticos [gordura nas
artérias]", alerta Padovani.
A nutricionista diz que não
há segredo para a boa alimentação. O jeito é não deixar a rotina
atribulada interferir na dieta e
fazer escolhas saudáveis.
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