São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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saúde corporativa

Com rotina de negócios, executivo deixa dieta


SÍLVIA HAIDAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Almoços de negócios, reuniões regadas a café e coquetéis. Juntam-se a esse eventos gastronômicos uma rotina estressante e pouco tempo para cuidar da saúde.
O resultado é que os executivos que precisam controlar a alimentação acabam sempre saindo da dieta.
"O restaurante vira extensão do escritório", descreve o médico Gilberto Ururahy, que afirma ter atendido cerca de 45 mil executivos em sua clínica no Rio de Janeiro desde 1990.
Antonio Carlos Kohn, 50, executivo do ramo de petróleo, conta que pelo menos duas vezes por semana tem jantares de negócios. "Levo as pessoas que vêm de fora de São Paulo para conhecer bons restaurantes e acabo comendo demais."
Segundo Ururahy, embora atualmente os executivos estejam mais conscientizados sobre a importância de uma alimentação equilibrada, o excesso diário de tarefas e de preocupações tem prejudicado os planos de melhorar a saúde.
"O estresse é o grande vilão que está por trás de um estilo de vida inadequado", afirma. Ele explica que, quando a pessoa está sob pressão, são liberados hormônios como a adrenalina e o cortisol, o que causa a elevação da frequência cardíaca, o aumento do apetite e a retenção de líquido.
De acordo com Ururahy, quem sofre mais com o estresse são as mulheres, que acumulam as obrigações da empresa e as do trabalho de casa.
Foi o que aconteceu com Carmen Gonzalez, 42, gerente de trade marketing da carioca Leader, casada e mãe de dois adolescentes. Há seis anos, ela fez um check-up que acusou colesterol alto e hipertensão.
"Por falta de tempo, abusava de fast food. Saía para comprar e, na volta, comia o lanche no elevador mesmo", diz Gonzalez, que também fazia refeições em aeroportos e em aviões.
Quando recebeu os resultados dos exames, decidiu reagir. "Não dá para ver que sua saúde está abalada e não fazer nada a respeito", ressalta. Hoje ela pratica boxe, faz caminhadas e evita alimentos gordurosos. Com isso, emagreceu 7 kg e dorme melhor.

Novos hábitos
Renata Padovani, nutricionista e pesquisadora do Nepa/ Unicamp (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas), conta que o grande problema em relação à alimentação é que produtos que eram ingeridos eventualmente passaram a fazer parte do dia a dia.
"Principalmente quando não há prática de exercícios físicos, comidas muito gordurosas podem elevar o peso e provocar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas ateroscleróticos [gordura nas artérias]", alerta Padovani.
A nutricionista diz que não há segredo para a boa alimentação. O jeito é não deixar a rotina atribulada interferir na dieta e fazer escolhas saudáveis.


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