São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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LAÇOS DE FAMÍLIA

Com o objetivo de reter e motivar, firmas miram cônjuge e família

Mulher de funcionário entra no foco da empresa

IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Já faz algum tempo que diversas empresas perceberam que deveriam reservar atenção especial para suas funcionárias -criaram programas de saúde da mulher e ofereceram creches no local de trabalho.
Um número ainda pequeno de companhias, entretanto, está voltando olhares para as mulheres que estão fora da empresa: aquelas que são casadas com os seus funcionários.
Expandir para os familiares, especialmente os cônjuges, os benefícios que oferecem a seus empregados não é uma prática corrente entre as corporações, mas as que adotam o sistema querem que isso ajude a atrair, reter e motivar talentos.
"Não são todas que estão caminhando para isso", comenta Éder Costa e Silva, consultor sênior da Watson Wyatt. "Mas as que o fazem procuram um diferencial."
Por trás disso está a idéia de que a harmonia e a satisfação -ou a falta delas- dentro do lar podem refletir no local de trabalho. "Se você tem um ambiente familiar de tranqüilidade, no dia seguinte, ele [o marido] vai fazer um bom serviço", opina Rosângela Toledo, 39.
Ela é casada com Romar Araújo, 40, desenhista industrial da mineradora Rio Tinto, em Corumbá (MS). Três vezes por ano, as mulheres dos funcionários podem participar de reuniões com especialistas sobre assuntos diversos, que variam desde economia doméstica até plano de saúde. "O objetivo dos encontros é estreitar os laços entre a empresa e os familiares de seus empregados", diz Cláudia Carvalho, analista de recursos humanos da Rio Tinto. "Percebemos que as mulheres são a sustentação dos funcionários, além de serem a ligação entre eles e o restante da família."

Mães
Entre os benefícios mais comuns está a extensão das assistências médica e odontológica aos familiares do funcionário. Mas muitas das ações específicas para as companheiras dos colaboradores estão relacionadas ao apoio à maternidade. Empresas como Vivo, Serasa e Accor Services oferecem cursos para gestantes, dos quais as mulheres dos funcionários também podem participar.
Na Aché, além do curso para gestantes, ocorre a visitação da fábrica, que inclui filhos, mulheres, maridos, pais e sogros. A empresa também distribui medicamentos para os familiares dos colaboradores, mediante a apresentação da receita médica.
No programa Harmonia, da Motorola, os interessados dispõem de um número de telefone para pedir indicações de especialistas nas áreas jurídica, psicológica, financeira e social.
Cerca de 30% das 150 consultas mensais são feitas pelos familiares dos funcionários.


Com DIOGO BERCITO , colaboração para a Folha

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