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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Bolsa em alta valoriza carreira em finanças
Consolidação do mercado de capitais no Brasil traz à tona a carência de profissionais com boa qualificação
TERCIANE ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se colocado em uma planilha
eletrônica, o mercado de trabalho para os profissionais de administração financeira mostraria gráfico de curva ascendente.
É consenso entre especialistas a movimentação crescente
de analistas de finanças no
mercado, puxada sobretudo
pelo boom recente de aberturas de capital na bolsa, da sigla
IPO (oferta pública de ações).
A necessidade de ajuste do
país a regras contábeis internacionais e a implantação de governança corporativa nas empresas são outros motivadores.
"A maturidade que o mercado de capitais ganhou em três
anos fez com que a área ganhasse relevância", observa Renata
Fabrini, da consultoria Fesa.
Especialista em recrutamento em serviços financeiros, Fabrini detalha que a sofisticação
no ramo torna a remuneração
mais atrativa e permite trânsito
maior entre diferentes áreas.
"Está em alta quem é bem-formado nos dois lados da mesa
-na indústria e nos bancos-,
com domínio de idiomas e vivência no exterior", assinala.
Capital aberto
Segundo Hugo Caccuri, sócio-fundador da Caccuri
Search, as empresas contratam
profissionais hoje para realizar
uma IPO daqui a três anos.
"A grande demanda é por especialistas em finanças corporativas, fusões e aquisições, relações com os investidores, comunicação e indústrias com
ferramentas de gestão", cita.
Primeira empresa a abrir capital após a crise nas bolsas deste ano, a Satipel Industrial, produtora de painéis de madeira,
está montando sua estrutura
de relações com investidores.
"Não tem sido fácil encontrar
esses executivos. Procuramos
há dois meses", diz o presidente
da empresa, Salo Seibel, 61.
Para quem está do outro lado
da mesa, a situação é bem mais
confortável. Sergio Romani, 47,
sócio da área de auditoria, é um
dos que têm a comemorar.
"Vivemos um momento extraordinário. Hoje a profissão
do auditor é global, é a primeira
vez que vivo isso em 24 anos
de carreira", entusiasma-se.
Já Adriano Savelli, da Panelli
Motta Cabrera, ressalta que é
preciso preparar-se para enfrentar barreiras culturais:
"Quem entra em uma empresa
familiar para fazer uma IPO encontra resistência. Em geral, o
dono quer capital, mas nem
sempre quer perder o poder".
CINCO RAZÕES
A febre de recente de IPOs (ofertas
públicas de ações)
Adesão do país, até 2010, às normas contábeis da IFRS (International
Financial Reporting Standard)
Mercado de capitais em alta
Tendência crescente de abertura de
capital das empresas brasileiras
Mudanças na Lei das Sociedades
Anônimas
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