São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Bolsa em alta valoriza carreira em finanças

Consolidação do mercado de capitais no Brasil traz à tona a carência de profissionais com boa qualificação

TERCIANE ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se colocado em uma planilha eletrônica, o mercado de trabalho para os profissionais de administração financeira mostraria gráfico de curva ascendente.
É consenso entre especialistas a movimentação crescente de analistas de finanças no mercado, puxada sobretudo pelo boom recente de aberturas de capital na bolsa, da sigla IPO (oferta pública de ações).
A necessidade de ajuste do país a regras contábeis internacionais e a implantação de governança corporativa nas empresas são outros motivadores.
"A maturidade que o mercado de capitais ganhou em três anos fez com que a área ganhasse relevância", observa Renata Fabrini, da consultoria Fesa.
Especialista em recrutamento em serviços financeiros, Fabrini detalha que a sofisticação no ramo torna a remuneração mais atrativa e permite trânsito maior entre diferentes áreas.
"Está em alta quem é bem-formado nos dois lados da mesa -na indústria e nos bancos-, com domínio de idiomas e vivência no exterior", assinala.

Capital aberto
Segundo Hugo Caccuri, sócio-fundador da Caccuri Search, as empresas contratam profissionais hoje para realizar uma IPO daqui a três anos.
"A grande demanda é por especialistas em finanças corporativas, fusões e aquisições, relações com os investidores, comunicação e indústrias com ferramentas de gestão", cita.
Primeira empresa a abrir capital após a crise nas bolsas deste ano, a Satipel Industrial, produtora de painéis de madeira, está montando sua estrutura de relações com investidores.
"Não tem sido fácil encontrar esses executivos. Procuramos há dois meses", diz o presidente da empresa, Salo Seibel, 61.
Para quem está do outro lado da mesa, a situação é bem mais confortável. Sergio Romani, 47, sócio da área de auditoria, é um dos que têm a comemorar.
"Vivemos um momento extraordinário. Hoje a profissão do auditor é global, é a primeira vez que vivo isso em 24 anos de carreira", entusiasma-se.
Já Adriano Savelli, da Panelli Motta Cabrera, ressalta que é preciso preparar-se para enfrentar barreiras culturais: "Quem entra em uma empresa familiar para fazer uma IPO encontra resistência. Em geral, o dono quer capital, mas nem sempre quer perder o poder".

CINCO RAZÕES
A febre de recente de IPOs (ofertas públicas de ações)

Adesão do país, até 2010, às normas contábeis da IFRS (International Financial Reporting Standard)

Mercado de capitais em alta

Tendência crescente de abertura de capital das empresas brasileiras

Mudanças na Lei das Sociedades Anônimas


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