São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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ENGENHARIA CIVIL

Mercado imobiliário em alta, Copa em 2004 e PAC concretizam forte demanda

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

André Ming Bordokan, 25, não tinha o sonho de ser engenheiro civil quando foi aprovado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Na escolha da especialização entre as engenharias, no fim do segundo ano, sua preferência era por mecânica, mas, pelas notas no ranking dos alunos, ficou com a segunda opção.
Hoje, no quinto ano do curso, comemora o fato de o mercado aquecido cimentar a carreira.
"No início da faculdade, civil era uma área muito desvalorizada. Metade da turma ia trabalhar em banco. Agora, temos mais trabalho", lembra Bordokan, que divide o curso com o estágio na construtora Gafisa.
Segundo analistas de mercado, a retomada da engenharia civil -após forte decaída nas décadas passadas- se dá sobretudo pelas perspectivas de investimento em infra-estrutura com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e o crescimento do crédito imobiliário.
"Nos anos 70 e 80, a demanda foi muito forte e depois esfriou, pois houve oferta [de mão-de-obra] maior do que a demanda. Agora a carreira voltou com tudo", avalia Antonio Botelho, consultor da Watson Wyatt.
As empresas procuram, mas ainda não encontram o tipo de engenheiro que querem.
"A reação é lenta, pois o profissional demora cinco anos para se graduar. Vamos formar neste ano menos engenheiros do que no ano passado", anuncia Mário Garrote, diretor da Escola de Engenharia Mauá.
Se o ritmo de expansão das vagas é contínuo, o mesmo não se pode dizer dos salários. "Quando me formei, a remuneração era maior aqui do que nos Estados Unidos. Agora o salário está se recuperando, mas é preciso ainda haver melhorias", diz Roberto Kochen, 53, engenheiro civil há 30 anos, diretor da GeoCompany e professor da Escola Politécnica da USP.
Kochen lembra ainda que o futuro engenheiro civil tem também de ter seu lado médico. "É preciso estar disponível sempre, seja no Natal, seja no Ano Novo." Mas, mesmo assim, emenda: "Sempre quis ser primeiro engenheiro e, depois, professor". (JD E LF)


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