|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERCEIRA IDADE
Envelhecimento da população incita busca por gerontólogos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
À medida que a população
brasileira envelhece, nasce a
exigência de se formarem talentos para cuidar do bem-estar de quem atingiu ou está em
vias de entrar na terceira idade.
A busca por experientes em
lidar com a experiência vale
tanto para a geriatria -especialidade médica que trata de idosos- como para a gerontologia,
que cuida de aspectos culturais,
de comportamento e do espaço
em que os indivíduos vivem.
Neste grupo estão nutricionistas, terapeutas ocupacionais,
enfermeiros e recreadores.
Em comum, fascina-os o desafio de preservar o que está
bem no corpo e na mente e se
antecipar a doenças potenciais.
Um dos precursores da geriatria clínica no Brasil, Luiz Ramos, 54, vislumbrou o crescimento dessa área há 22 anos.
"Ainda faltam médicos geriátricos no Sistema Único de Saúde e as três principais faculdades de medicina do país formam dez residentes em geriatria por ano", observa Ramos.
Segundo Sueli Luciano Pires,
diretora do hospital Dom Pedro 2º, a Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia
tem 600 médicos cadastrados.
"É pouco para o Brasil todo."
Recentemente os planos de
saúde passaram a se especializar na faixa etária acima dos 60.
Na AxisMed, focada em gerenciamento de doentes crônicos,
o número de enfermeiros saltou de 79 para 106 neste ano.
"O aumento da expectativa
de vida fez com que a demanda
do profissional de saúde aumentasse", justifica a gerente
de marketing, Andréa Camilo.
Por ser um público que precisa de cuidados diferenciados, a
área exige capacitação técnica.
"Não são apenas necessidades
de saúde, mas de proteção", explica Francisco Carlos de Brito,
médico coordenador do Centro
de Envelhecimento Saudável
do Hospital Oswaldo Cruz.
E há desafios diários. O mais
complicado para quem atua
nessa área, de acordo com os
especialistas, é ter de conviver
diariamente com a condição
humana de que a vida é finita.
"Tenho uma paciente de 95
anos que comecei a atender aos
80. Hoje ela faz atividade física
três vezes por semana. O retorno profissional é esse", salienta
Carlos Monteiro Costa, especialista em gerontofisiatria.
Mesmo que, para muitos, o
salário seja apenas "razoável", a
ligação afetiva com o dia-a-dia
da função é o que compensa.
"Sou apaixonado pelo que faço", declara o terapeuta ocupacional Ronaldo Druzian, 29,
que busca resgatar pela arte a
força produtiva das pessoas.
Texto Anterior: Fique de olho: Geologia volta a emergir após duas décadas Próximo Texto: Cheguei lá Índice
|