São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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TERCEIRA IDADE

Envelhecimento da população incita busca por gerontólogos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

À medida que a população brasileira envelhece, nasce a exigência de se formarem talentos para cuidar do bem-estar de quem atingiu ou está em vias de entrar na terceira idade.
A busca por experientes em lidar com a experiência vale tanto para a geriatria -especialidade médica que trata de idosos- como para a gerontologia, que cuida de aspectos culturais, de comportamento e do espaço em que os indivíduos vivem. Neste grupo estão nutricionistas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e recreadores.
Em comum, fascina-os o desafio de preservar o que está bem no corpo e na mente e se antecipar a doenças potenciais.
Um dos precursores da geriatria clínica no Brasil, Luiz Ramos, 54, vislumbrou o crescimento dessa área há 22 anos.
"Ainda faltam médicos geriátricos no Sistema Único de Saúde e as três principais faculdades de medicina do país formam dez residentes em geriatria por ano", observa Ramos.
Segundo Sueli Luciano Pires, diretora do hospital Dom Pedro 2º, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem 600 médicos cadastrados. "É pouco para o Brasil todo."
Recentemente os planos de saúde passaram a se especializar na faixa etária acima dos 60. Na AxisMed, focada em gerenciamento de doentes crônicos, o número de enfermeiros saltou de 79 para 106 neste ano.
"O aumento da expectativa de vida fez com que a demanda do profissional de saúde aumentasse", justifica a gerente de marketing, Andréa Camilo.
Por ser um público que precisa de cuidados diferenciados, a área exige capacitação técnica. "Não são apenas necessidades de saúde, mas de proteção", explica Francisco Carlos de Brito, médico coordenador do Centro de Envelhecimento Saudável do Hospital Oswaldo Cruz.
E há desafios diários. O mais complicado para quem atua nessa área, de acordo com os especialistas, é ter de conviver diariamente com a condição humana de que a vida é finita.
"Tenho uma paciente de 95 anos que comecei a atender aos 80. Hoje ela faz atividade física três vezes por semana. O retorno profissional é esse", salienta Carlos Monteiro Costa, especialista em gerontofisiatria.
Mesmo que, para muitos, o salário seja apenas "razoável", a ligação afetiva com o dia-a-dia da função é o que compensa.
"Sou apaixonado pelo que faço", declara o terapeuta ocupacional Ronaldo Druzian, 29, que busca resgatar pela arte a força produtiva das pessoas.


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