LIGIA BRASLAUSKAS
da Reportagem Local

Voltar para o escritório depois das folgas de fim-de-ano e não sentir a mesma vontade de trabalhar pode não ser só sinal da tradicional ressaca pós-feriado. Em muitos casos, isso significa que, apesar do novo ano, seu emprego já está com cara de velho e monótono.
Enfrentar o desânimo pode ser uma tarefa difícil, mas é importante detectar, primeiro, se o problema está em você ou na empresa.
Perguntas como "o que eu tenho feito por mim mesmo?", "que cuidados tenho tomado na busca do meu desenvolvimento?" e "tracei um plano de metas para o ano?" são bons sinalizadores.
Se você teve dificuldade para encontrar respostas, prepare-se, porque aumentos e promoções não devem fazer parte do seu ano.
Segundo o consultor Leandro Guerrero Cerdeira, 40, da Passarel-li Consultores, muitos profissionais não percebem que a carreira tem de ser planejada e acompanhada durante todo o tempo.
"A carreira não é um patrimônio da empresa, e, sim, do profissional", afirma. Ele diz também que, às vezes, é necessário fazer planos de mudança de emprego para buscar a realização profissional.
"Aí o problema é outro. Se o profissional dá tudo de si e não é reconhecido, é porque a empresa deve ter um "staff" pouco observador."

Rotina
Mas como evitar que o dia-a-dia na empresa se torne uma rotina pouco interessante e atrapalhe a carreira do funcionário?
Segundo os consultores ouvidos pela Folha, a melhor maneira é ficar atento às necessidades do mercado, fazer cursos de reciclagem profissional e buscar formas diferentes de fazer o trabalho.
"Inverter a sequência das tarefas é algo simples e que acaba ajudando a quebrar a rotina", afirma Sofia Esteves, 37, da DM Recursos Humanos. Mas ela lembra que essa técnica só serve no caso de trabalhos sem prazo definido.
Na opinião de Sandra Guedes, 44, presidente da Crossing, outros fatores importantes são o tempo real e o idealizado para o desenvolvimento da carreira. "De uma forma geral, um gerente não se torna diretor sem ter experiência."
Ela explica que, muitas vezes, o que acontece é que o profissional acredita estar pronto para receber uma promoção, mas esquece que não está nem na metade do caminho quando o assunto é tempo.
Segundo uma pesquisa feita pelo Grupo Catho, empresa que presta consultoria em recursos humanos, um gerente fica entre cinco e seis anos no posto antes de ser promovido a um cargo de diretoria.



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