Jovens treinam para atuação em audiovisual

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Assisti a todos os filmes do Stanley Kubrick. Também gosto do Cinema Novo, mais moderno. Glauber Rocha, por exemplo. Adoro entrar no filme, viajar com diretores criativos como Tim Burton. Ou os que piram, tipo o David Lynch."
Quem ouve Paulo Santos, 23, não imagina que, há três anos, ele conhecia apenas os filmes a que assistia na televisão.
Todo esse repertório cultural foi adquirido durante um curso de capacitação profissional em audiovisual. Em 2005, Santos foi um dos cem alunos da primeira turma do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias.
Luciano Huck, 36, diretor-presidente do instituto, explica que o motivo da ênfase da entidade na ampliação do horizonte dos alunos é o fato de que "a formação vai muito além de saber operar uma câmera".
Da primeira turma, formada em 2005, cerca de 70% dos jovens estão efetivados, de acordo com dados da organização.
É o caso de Santos, que trabalha em uma produtora como assistente de edição.
"O Instituto Criar foi transformador. Você chega lá com uma visão de mundo e sai com outra bem melhor", assinala.
Santos planeja montar a sua própria produtora. Hoje, tem uma ilha de edição onde faz alguns trabalhos com uma ex-colega do instituto. Segundo Huck, este é um outro impacto benéfico da ONG: a criação de uma rede de contatos para os futuros profissionais do setor.
"Os ex-alunos ajudam a mapear o mercado, contribuindo para os formandos", diz. (DB)