São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Curso vira trampolim para vaga de estágio

Operadoras e ONGs também ajudam o estudante a encontrar posto nas empresas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O vôo rumo ao domínio do idioma pode ser uma ponte para quem vislumbra um posto de estagiário ou de trainee lá fora.
Para achar uma vaga, a dica de Leib Raibin, conselheiro da operadora WTT-C, é fazer pós-graduação ou extensão universitária de dois semestres. Após o curso, o estudante consegue permissão para trabalhar legalmente na maioria dos países.
"Nos EUA, cursos de extensão universitária de nove meses permitem pleitear o visto OPT (Optional Pratical Training) para trabalhar por um ano, remunerado. Instituições de ensino superior oferecem banco de estágios. Em outros lugares, há cursos com período de três meses de estágio, normalmente não-remunerado", diz.
Outra saída são os programas oferecidos por operadoras. Podem ser exclusivamente de estágio, remunerados ou não (veja quadro abaixo).
Algumas ONGs ajudam estudantes a encontrar vagas de estágio. As mais conhecidas são a Iaeste (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience) e a Aiesec (Association International des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales).
Na Iaeste, abrem-se de 400 a 450 vagas de estágio remunerado por ano (de 600 a 700 por mês), a maior parte nas áreas de engenharia, arquitetura, informática, física, química, bioquímica, farmácia e matemática. Os candidatos devem ter de 18 a 28 anos e estar matriculados em curso de graduação ou pós-graduação.
Na Aiesec, o estudante tem de fazer parte da organização e realizar estágio prévio no país de, no mínimo, quatro meses, antes de se candidatar a uma experiência internacional.

Mapa do conhecimento
Segundo o diretor do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Seme Arone Júnior, estagiários podem seguir um mapa do conhecimento e aproveitar bem o know-how de cada país.
Nas áreas de saúde e ciências biológicas, a Europa Ocidental, os EUA, o Canadá, a Rússia e Israel são os melhores destinos, além de Cuba, onde a medicina é avançada em algumas áreas.
Para ciências exatas e engenharias, o Japão, a Alemanha, os EUA e Israel são recomendáveis. A União Européia e os EUA são destinos para a área de administração. Já a Bélgica, a Itália, a França e o Reino Unido são referências em direito.
O estudante de engenharia Rafael Gobbi de Oliveira, 25, conciliou o segundo ano de curso na USP (Universidade de São Paulo) com o da École Française Polytechnique, na França.
Ele ganhou bolsa de estudo do governo francês e, no primeiro ano, conseguiu estágio de verão na Cyclades, empresa brasileira de tecnologia da informação, nos EUA. De volta à França, passou pela Colas, empresa de construção rodoviária.
Apesar dos diferenciais, ele acha que a recepção pelas empresas brasileiras não foi tão calorosa quanto imaginava. "Tive base teórica muito forte, mas pouca prática", avalia o estudante, estagiário da Siemens.
Para a gerente de RH e recrutamento e seleção da Ford, Ana Rosa Calciolari, maior será o peso da experiência se o estágio for feito em empresa reconhecida, em um país de destaque na economia mundial e cujo idioma seja útil no Brasil. (FG)

Iaeste

A ONG (www.ci.com.br) promove intercâmbio profissional para estudantes universitários, que pagam taxa de inscrição de R$ 60. Quem acumula mais pontos, buscando oportunidade de estágio ou vaga em alojamento, consegue o estágio e paga nova taxa, de US$ 230 (se indicou vagas de estágios para estrangeiros) ou US$ 290

Aiesec

Essa ONG (www.aiesec.org/brazil/) exige que o universitário faça um estágio na Aiesec do país de origem. Não há taxa para ingressar na organização, mas candidatar-se a uma vaga de estágio no exterior custa R$ 500 -ao conseguir a vaga, paga-se outra taxa, de mesmo valor. Os estágios podem ser remunerados ou não


Texto Anterior: Quem leva
Próximo Texto: Proficiência: Certificado põe à prova a habilidade com o idioma
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.