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Aprendiz é última cartada de Lula para alcançar meta
Em 2003, Primeira Emprego pretendia criar 250 mil vagas em um ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A meta do Programa Primeiro Emprego era, em 2003,
quando foi criado, inserir 250
mil jovens já nos 12 primeiros
meses de funcionamento.
Até o fim de abril, 33 meses depois, o Ministério do Trabalho
e Emprego só havia conseguido
gerar 108.022 vagas.
Os resultados estão muito
aquém das expectativas iniciais
do governo federal. No entanto
ainda há uma chance de multiplicar os resultados obtidos até
agora. A tábua de salvação do
Programa Primeiro Emprego
chama-se Lei do Aprendiz.
Sancionada em 2000 por
Fernando Henrique Cardoso,
então presidente da República,
a lei ficou até o fim do ano passado sem regulamentação. Somente em dezembro recebeu a
assinatura do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Ela contém um trecho que
pode impulsionar a geração de
empregos para os jovens profissionais: a obrigatoriedade de
contratação de aprendizes com
idade entre 14 e 24 anos.
A regra vale para as médias e
grandes empresas, que, pela lei,
devem manter em seu quadro
de funcionários, no mínimo,
5% e, no máximo, 15% de jovens. Nas micro e pequenas firmas, a contratação é opcional.
Os primeiros reflexos começam a aparecer. Foram 8.148 jovens contratados nos primeiros quatro meses deste ano.
Desde o início do programa, em
2003, até abril, foram 81.114
efetivados -muito mais do que
todas as outras ações que compõem o programa, que, juntas,
somaram 26.898 entre julho de
2003 e abril deste ano.
As estatais têm seguido à risca as novas normas. Eletrobrás
e Petrobras, por exemplo, se
comprometeram a contratar
4.452 jovens aprendizes. As
centrais sindicais e as confederações patronais também foram conclamadas a participar.
"Devemos dar início à fiscalização no segundo semestre
deste ano para ver se as companhias brasileiras estão se adequando à lei", afirma o ministro
do Trabalho, Luiz Marinho.
A iniciativa privada está se
organizando. O Instituto Ethos
de Empresas e Responsabilidade Social tomou as rédeas da situação e enviou, na semana
passada, manuais de contratação -elaborados em parceria
com o Ministério do Trabalho- a seus 1.200 associados e a
entidades empresariais.
"Em dois meses, vamos lançar uma campanha publicitária
sobre a integração de jovens
aprendizes nas empresas, que
deve ser veiculada em rádio e
televisão", adianta o presidente
do conselho deliberativo do
Instituto Ethos, Oded Grajew.
O que é
O programa prevê que os jovens aprendizes recebam formação teórica e prática. Eles
devem ser orientados por entidades como as do "sistema S",
escolas técnicas federais e organizações sem fins lucrativos.
A Lei do Aprendiz prevê uma
jornada máxima de seis horas
diárias para os que não concluíram o ensino fundamental e de
oito para os demais. O contrato
de trabalho deve ter duração
máxima de dois anos.
(RAQUEL BOCATO)
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