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CONTRA-ATAQUE AO ASSÉDIO
Disputa por profissionais estratégicos vai além do leilão de salário
Empresas aprimoram "sedução"
da Reportagem Local
Quando um segmento está em
alta, é comum ocorrer uma disputa entre empresas pelo mesmo
profissional, mas, ao contrário do
que possa parecer, o leilão não é
muito bem-visto no mercado.
"Nortear a carreira só pela remuneração pode transformar o
profissional em um mercenário",
diz Sandra Moreira, gerente de
desenvolvimento de novos talentos da Manager, empresa de RH.
Para ela, reter um talento não é
só cobrir uma oferta, mas manter
a empresa mais atraente para o
profissional que a concorrência.
"Os desafios proporcionados e
a compatibilidade de interesses
entre o profissional e a companhia é que levam ao comprometimento", completa a consultora.
Outras estratégias adotadas no
mercado são consideradas controversas. Algumas empresas
convidam os funcionários a usufruir da divisão de lucros, se se
comprometerem, por meio de
um contrato, a não sair em menos
de dois anos, por exemplo. Mas,
segundo consultores, essa é uma
forma agressiva de criar vínculo.
A distribuição de ações (as
"stock options") é comum no exterior, no ramo de Internet, mas
no Brasil ainda não emplacou. As
investidas têm dado resultado,
mas nem todas as novas companhias devem prosperar como se
espera, dizem os especialistas.
A grande vantagem dessa iniciativa é fazer com que os funcionários participem do sucesso da
empresa de forma muito mais intensa, na opinião de Leão Serva,
diretor do provedor IG.
Isso é uma opção aos métodos
de remuneração tradicionais,
mas, segundo Serva, muita gente
está caindo na rede em busca de
fortuna. "Apesar do estardalhaço,
a realidade salarial na Internet é
similar à de outros meios. Achar
que todos ganham salários altíssimos é uma fantasia", avisa.
Estímulos
O empenho em reter os seus talentos também reflete a conscientização de algumas companhias,
que estão se preocupando mais
com quem lhes garante a produtividade. "Sem incentivos, reconhecimento e desafios, ninguém
fica no mesmo lugar por muito
tempo. Muito menos um profissional cobiçado pela concorrência", enfatiza Christiane Fwuk
Kwok, gerente de conferências do
IBC (International Business
Communications), que realizou
recentemente um seminário em
São Paulo sobre o tema.
Na Gessy Lever, a avaliação
constante dos funcionários de nível a partir da gerência é adotada
para detectar e sanar qualquer insatisfação, antes que o funcionário pense em sair da empresa.
"Oferecemos projetos desafiadores para que os profissionais
sintam que estão aprendendo algo. Há outros estímulos, além da
remuneração, como ambiente,
perspectivas de carreira e reconhecimento", afirma Maria Lúcia
Ginde, gerente de treinamento e
desenvolvimento gerencial.
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