São Paulo, domingo, 05 de março de 2000


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CONTRA-ATAQUE AO ASSÉDIO

Disputa por profissionais estratégicos vai além do leilão de salário

Empresas aprimoram "sedução"

da Reportagem Local

Quando um segmento está em alta, é comum ocorrer uma disputa entre empresas pelo mesmo profissional, mas, ao contrário do que possa parecer, o leilão não é muito bem-visto no mercado.
"Nortear a carreira só pela remuneração pode transformar o profissional em um mercenário", diz Sandra Moreira, gerente de desenvolvimento de novos talentos da Manager, empresa de RH.
Para ela, reter um talento não é só cobrir uma oferta, mas manter a empresa mais atraente para o profissional que a concorrência.
"Os desafios proporcionados e a compatibilidade de interesses entre o profissional e a companhia é que levam ao comprometimento", completa a consultora.
Outras estratégias adotadas no mercado são consideradas controversas. Algumas empresas convidam os funcionários a usufruir da divisão de lucros, se se comprometerem, por meio de um contrato, a não sair em menos de dois anos, por exemplo. Mas, segundo consultores, essa é uma forma agressiva de criar vínculo.
A distribuição de ações (as "stock options") é comum no exterior, no ramo de Internet, mas no Brasil ainda não emplacou. As investidas têm dado resultado, mas nem todas as novas companhias devem prosperar como se espera, dizem os especialistas.
A grande vantagem dessa iniciativa é fazer com que os funcionários participem do sucesso da empresa de forma muito mais intensa, na opinião de Leão Serva, diretor do provedor IG.
Isso é uma opção aos métodos de remuneração tradicionais, mas, segundo Serva, muita gente está caindo na rede em busca de fortuna. "Apesar do estardalhaço, a realidade salarial na Internet é similar à de outros meios. Achar que todos ganham salários altíssimos é uma fantasia", avisa.

Estímulos
O empenho em reter os seus talentos também reflete a conscientização de algumas companhias, que estão se preocupando mais com quem lhes garante a produtividade. "Sem incentivos, reconhecimento e desafios, ninguém fica no mesmo lugar por muito tempo. Muito menos um profissional cobiçado pela concorrência", enfatiza Christiane Fwuk Kwok, gerente de conferências do IBC (International Business Communications), que realizou recentemente um seminário em São Paulo sobre o tema.
Na Gessy Lever, a avaliação constante dos funcionários de nível a partir da gerência é adotada para detectar e sanar qualquer insatisfação, antes que o funcionário pense em sair da empresa.
"Oferecemos projetos desafiadores para que os profissionais sintam que estão aprendendo algo. Há outros estímulos, além da remuneração, como ambiente, perspectivas de carreira e reconhecimento", afirma Maria Lúcia Ginde, gerente de treinamento e desenvolvimento gerencial.


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