São Paulo, domingo, 5 de abril de 1998

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ENQUETE
Participaram 187 empresas de 5 países; 6% delas responderam que o menor período para demitir foi de 24 horas
Erro pode criar emprego de um dia só

Ennio Brauns/Folha Imagem
Jussara Mangini foi vítima, no ano passado, de erro na contratação: ficou só três dias em uma empresa de comunicação


LIA REGINA ABBUD
da Reportagem Local

Falhas no processo de recrutamento e seleção podem acontecer. Tanto é verdade que empresas chegam a demitir um recém-contratado em apenas um dia.
Enquete da Caliper Recursos Humanos, feita em janeiro com 187 empresas, mostra que 6% delas já demitiram em 24 horas. Das participantes, 90% são americanas e 10% se dividem entre brasileiras, mexicanas, inglesas e espanholas.
A pergunta do levantamento era: "Qual foi o menor período que você demorou para demitir alguém?". Feito por meio da Internet, não tem caráter estatístico, mas caracteriza uma curiosidade.
Herbert Greenberg, 68, presidente da Caliper, uma das maiores consultorias dos Estados Unidos, diz que o número (6% dos participantes ou 12 empresas) pode refletir a escolha de critérios errados antes da contratação.
Segundo a enquete, 21% das empresas já demitiram em uma semana e 22% delas, em um mês. Mais: 30% das participantes demitiram em três meses e 23%, entre seis meses e um ano.
Levantamento anterior, feito em outubro, aponta que o tempo médio que uma empresa leva para contratar um funcionário é de dois a três meses -o que, em tese, demonstra rigor na contratação.
Para Simon Franco, 58, consultor, os erros acontecem e costumam representar falta de sintonia entre o solicitante e o departamento de RH ou falta de "química" entre o contratado e o superior.
Para Ana Maria Cadavez, 47, da KPMG, é preciso partir da premissa de que existe um período mínimo para o funcionário se adaptar ao novo ambiente de trabalho.
Segundo ela, contratados para cargos operacionais precisam de três a quatro semanas de trabalho para serem avaliados. Pessoas em posições estratégicas precisam de três a seis meses. Empresas, idem.
A expectativa também contribui para a precipitação. "Um novo funcionário chega e logo é incumbido de suprir as carências do departamento", diz Ana Maria.



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