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DURO NA QUEDA
Na tentativa de evitar falhas no processo de contratação, mercado adota práticas severas nas entrevistas
Setor financeiro adota rigor na seleção
da Reportagem Local
O rigor no processo de seleção
de empresas ligadas ao mercado
financeiro tenta diminuir os erros
de contratação.
Justifica-se: quanto maior a severidade no processo, menores seriam as chances de ocorrerem erros na seleção.
No banco Pactual, contratar é
uma meta e um critério na avaliação de quem selecionou, influenciando até na política de participação individual nos lucros.
"Quem contrata tem muita responsabilidade e aqui tempo é realmente dinheiro", diz Claudio Pracownik, 29, diretor-executivo.
Para ele, é imprescindível definir
detalhadamente o perfil do ocupante de uma determinada vaga e
também as metas que ele deverá
cumprir. "Sem um conceito prévio, fica praticamente impossível
fazer uma análise do funcionário
em menos de um mês."
Casos de demissões rápidas, segundo Pracownik, já aconteceram
no banco, mas sempre porque as
pessoas não aguentaram o tranco,
o ritmo estabelecido pela empresa.
No banco de investimentos Bozano, Simonsen, a procura é por
profissionais com características
semelhantes às dos que alcançaram sucesso na própria empresa.
"O estresse no setor financeiro é
muito maior do que em outros setores e precisamos de profissionais multidisciplinares", diz Lúcio
Bouère Beleza, 45, diretor.
Nas entrevistas individuais, a
banca de diretores coloca o candidato em constantes situações de
pressão. "Exigimos retorno imediato, com resultados diários."
No marketing
Não é só o mercado financeiro
que adota rigor no processo. A gerente de marketing Veronica Engelberg, 33, passou por várias etapas de seleção por dois momentos
de sua vida profissional, mas não
teve sorte.
No primeiro momento, em 1995,
procurou uma empresa de recolocação profissional na tentativa de
se empregar.
Deu certo: arrumou trabalho em
uma empresa pública, cujo nome
ela prefere não revelar, como gerente de marketing. Foi contratada depois dos três primeiros meses
de experiência. Quatro meses se
passaram. Um belo dia, recebeu a
notícia: "Demitida". "Acho que só
fui contratada para finalizar algumas tarefas", diz.
Veronica ficou seis meses desempregada até começar uma nova maratona de entrevistas para
concorrer a uma vaga no departamento de marketing de uma multinacional alemã.
Seu contrato de experiência era
de dois meses. No dia em que vencia o contrato, segundo Veronica,
o departamento de recursos humanos da empresa transmitiu-lhe
a demissão. "Até hoje não recebi
uma explicação da empresa sobre
a minha dispensa."
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