S?o Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Profissional troca salário por desafio

Para assumir cargo mais promissor, estudar ou mudar de cidade, é preciso se preparar para ganhar menos

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Deixar um trabalho por outro que pague um salário menor pode parecer um contrassenso em uma trajetória profissional regular.
Mas há quem escolha essa direção quando se trata de melhores perspectivas de carreira, apontam consultores de RH e profissionais ouvidos pela Folha.
Os rendimentos da administradora Monica Miotto, 46, por exemplo, foram reduzidos em 40% quando ela trocou um cargo em uma grande empresa por outro em uma de pequeno porte no ano passado.
"Queria novos desafios", diz ela, que é responsável pela renda principal da casa, já que o marido está investindo em um novo negócio.
Juntos, eles e a filha decidiram cortar alguns jantares em restaurantes e reduzir as compras. Deu certo: eles economizaram R$ 4.000 e Monica considera-se satisfeita. Mas uma mudança desse tipo exige ponderação, ressalta Wilson Trevisan, consultor da Axialent. "As pessoas pensam que precisam de mais tempo quando querem mais satisfação", diz.

DE MUDANÇA
O supervisor de planejamento Alessandro Marques, 28, fez essa análise e concluiu que valeria a pena mudar-se do interior do Tocantins para São Paulo para estar mais perto das instituições de educação executiva.
Ingressou num programa de MBA e, para tentar se inserir no mercado local, assumiu um posto abaixo do que ocupava e que pagava quase metade do salário anterior.
"Queria investir na carreira e consegui", comemora.
A avaliação final é de que foi positivo abrir mão de seu padrão de vida anterior e cortar gastos para se adaptar a uma cidade com custo de vida bem mais alto.
No entanto, isso nem sempre é fácil. Por isso, a capacidade de adequação também deve ser levada em conta.
O gerente de projetos Giovanni Giazzon, 31, teve dificuldade. Ele trocou Brasília por Curitiba, interessado em um novo estilo de vida.
Mas o corte de 40% no seu salário afetou sua relação com o trabalho. "Antes, não precisava ponderar gastos."
Para evitar o choque, o professor Ricardo Humberto Rocha, do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração), recomenda organizar uma poupança que permita ao profissional se sustentar durante dois anos. "Esse é o tempo médio para o reposicionamento", explica.

FOLHA.com
Leia o depoimento de Monica e mais dicas de finanças pessoais no Blog Carreiras
carreiras.folha.blog.uol.com.br


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