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Profissional troca salário por desafio
Para assumir cargo mais promissor, estudar ou mudar de cidade, é preciso se preparar para ganhar menos
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
Deixar um trabalho por
outro que pague um salário
menor pode parecer um contrassenso em uma trajetória profissional regular.
Mas há quem escolha essa
direção quando se trata de
melhores perspectivas de
carreira, apontam consultores de RH e profissionais ouvidos pela Folha.
Os rendimentos da administradora Monica Miotto,
46, por exemplo, foram reduzidos em 40% quando ela
trocou um cargo em uma grande empresa por outro em uma de pequeno porte no ano passado.
"Queria novos desafios",
diz ela, que é responsável pela renda principal da casa, já
que o marido está investindo em um novo negócio.
Juntos, eles e a filha decidiram cortar alguns jantares
em restaurantes e reduzir as
compras. Deu certo: eles economizaram R$ 4.000 e Monica considera-se satisfeita.
Mas uma mudança desse
tipo exige ponderação, ressalta Wilson Trevisan, consultor da Axialent. "As pessoas pensam que precisam
de mais tempo quando querem mais satisfação", diz.
DE MUDANÇA
O supervisor de planejamento Alessandro Marques,
28, fez essa análise e concluiu que valeria a pena mudar-se do interior do Tocantins para São Paulo para estar mais perto das instituições de educação executiva.
Ingressou num programa de
MBA e, para tentar se inserir
no mercado local, assumiu
um posto abaixo do que ocupava e que pagava quase metade do salário anterior.
"Queria investir na carreira e consegui", comemora.
A avaliação final é de que
foi positivo abrir mão de seu
padrão de vida anterior e cortar gastos para se adaptar a
uma cidade com custo de vida bem mais alto.
No entanto, isso nem sempre é fácil. Por isso, a capacidade de adequação também
deve ser levada em conta.
O gerente de projetos Giovanni Giazzon, 31, teve dificuldade. Ele trocou Brasília
por Curitiba, interessado em um novo estilo de vida.
Mas o corte de 40% no seu salário afetou sua relação com o trabalho. "Antes, não precisava ponderar gastos."
Para evitar o choque, o professor Ricardo Humberto Rocha, do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação
Instituto de Administração), recomenda organizar uma
poupança que permita ao
profissional se sustentar durante dois anos. "Esse é o
tempo médio para o reposicionamento", explica.
FOLHA.com
Leia o depoimento de
Monica e mais dicas de
finanças pessoais no
Blog Carreiras
carreiras.folha.blog.uol.com.br
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