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RODA DE FOGO
Experiência ajuda a superar atividades
Desejo de aparecer sozinho e respostas decoradas são alguns dos erros mais comuns entre os candidatos
DA REPORTAGEM LOCAL
Para se sair bem em uma dinâmica de grupo, é preciso,
além de elementos como flexibilidade e proatividade, um
pouco de prática. Quem dá o
conselho não são os psicólogos,
mas os profissionais que já conquistaram as sonhadas vagas.
A primeira experiência, em
geral, é uma ação de reconhecimento, como uma tática de
guerra -ela deve ser feita ainda
na faculdade. E, apesar de a ferramenta ser adaptada para cada seleção, existem elementos
comuns a todas elas que, aos
poucos, dão ao candidato desenvoltura para se sair bem.
"É preciso agir com naturalidade", aconselha Renata
Schmidt, gerente da Foco Talentos, divisão para estágios e
trainees do Grupo Foco. "Nunca repetimos a técnica."
Uma das lições assimiladas
com o tempo é que não adianta
cometer erros freqüentes como
fingir, falar mais do que o necessário ou tentar dominar o
grupo. É importante saber que
a avaliação varia de acordo com
o cargo a ser preenchido -por
isso conhecer o perfil desejado
ajuda a se "encaixar" na vaga.
"Há candidatos que pensam
que têm que aparecer. São
aqueles que, quando a psicóloga chega perto, começam a falar
alto", lembra Schmidt, da Foco.
"Há outros que ficam elogiando
o processo seletivo", comenta.
A sugestão da analista de governança corporativa Cristine
Kondo, 25, que, na época em
que buscava oportunidades de
estágio e trainee, fez cadastro
em mais de cem empresas, é ganhar experiência aos poucos.
"Com o tempo, aprendemos
a responder. No início, pecava
por não opinar, nem que fosse
para dizer "concordo'", lembra.
Apesar de achar que não vai
mais passar por isso, Kondo diz
que o aprendizado obtido com
a atividade se reflete hoje.
"Tenho mais desenvoltura em
entrevistas e aprendi a conhecer bem a empresa para a qual
vou me candidatar", assegura.
Perfil ajustado
Ao sair da dinâmica da qual
participava, a selecionadora o
chamou e elogiou seu desempenho durante a avaliação, mas
o descartou ao dizer que ele parecia agir de maneira "falsa".
Essa cena se passou há seis
anos, e Sérgio Miotto, 32, hoje
gerente industrial da Sigvaris,
lembra que, nas seleções pelas
quais passou no início da carreira, sempre tentou valorizar
seus pontos mais fortes.
"No começo, preocupava-me
em não passar despercebido.
A gente sai da faculdade com
uma percepção errada, de que
o que queremos é competir.
Hoje, vejo que não há porque
querer se sobrepor: a empresa
não procura o melhor, mas alguém que se ajuste ao cargo."
Nesse ponto, os consultores
fazem coro. "É bom lembrar
que a dinâmica de grupo não
busca distinguir pessoas "boas"
de "ruins", mas sim alocar os
profissionais de acordo com
seus perfis", destaca a consultora Sandra Finardi, da Grace
& Co. Executive Search.
"Não há [atitude] certa ou errada em dinâmicas", acrescenta Camila Del Guercio, consultora interna de RH da construtora Andrade Gutierrez.
Funcionamento
Uma dinâmica de grupo pode
conter, de forma lúdica, diversas etapas -entre elas, apresentação, atividades de negociação e comunicação e questões éticas. Os modelos, porém,
devem ser sempre diferentes,
montados com base no diálogo
entre a consultoria e a empresa.
"Muitos entrevistadores
simplesmente copiam modelos, o que faz com que muitas
pessoas "decorem" e se preparem para aquele tipo de situação", aponta Sandra Finardi.
"Mas o interessante da dinâmica é a espontaneidade, checar a
reação das pessoas a situações
inusitadas", destaca.
(AR)
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