São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2007

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DE OLHO NO CALENDÁRIO

Recesso vira chance de ganho extra

Enquanto alguns trabalham a contragosto, outros aproveitam para reforçar o orçamento

Renato Stockler/Folha Imagem
O consultor Jonathas Matias de Oliveira, que programa viagens para emendar os feriados


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se, para muitas pessoas, o fato de o calendário deste ano estar recheado de feriados emendáveis é motivo de alegria, para outras, a realidade é diferente. Há quem trabalhe nesses dias, em geral não por opção, mas por causa do segmento em que atua -como entretenimento, serviços essenciais e comércio.
É o caso de Andréa Yanase Rocha, 22, recepcionista do Novotel Jaraguá Conventions. "Não dá para gostar de trabalhar nos feriados, mas preciso passar por isso para poder crescer na minha carreira", diz Rocha, que estuda hotelaria.
Para ela, os encontros com o namorado ficam restritos às tardes dos fins de semana, já que os horários não coincidem. A recepcionista trabalha das 7h às 15h20 e estuda à noite. "Sinto-me mal em não poder participar de alguns encontros da família e por não ter pique para sair à noite", lamenta.
Segundo o diretor de RH da Accor Hotels, Sálvio Cristófaro, os funcionários da rede são alertados sobre sua atuação em dias que normalmente são destinados a descanso -como feriados e fins de semana- logo no momento da admissão.
"Alguns funcionários pedem demissão porque não conseguem se adaptar. Isso é comum na hotelaria", conta Cristófaro.
Ele afirma que, para algumas pessoas, o fato de trabalhar nessas datas é positivo. "Para quem não tem familiares aqui, chega a ser uma distração que ajuda a data a passar despercebida. Há também quem aproveite a companhia dos colegas para comemorar", comenta.

Movimento inverso
Além de perder um dia de descanso, quem trabalha nos setores que funcionam nos recessos vive uma sobrecarga maior do que em dias comuns. Nos cinemas, o movimento aumenta até 70% nos fins de semana e feriados, segundo o diretor de programação do Espaço Unibanco e do Circuito Cinearte, Adhemar Oliveira.
"Mesmo assim, é comum funcionários que se endividaram pedirem para trabalhar à meia-noite ou nos feriados para ganhar um pouco mais com o adicional noturno ou com o pagamento dobrado", afirma.
A bilheteira do Espaço Unibanco Katia Miranda Damasceno, 26, é uma das que encaram o trabalho em feriados positivamente. "Sempre sei que virá um pouquinho a mais na conta no dia do pagamento e, além de ganhar mais, o movimento maior faz as horas passarem mais rapidamente", diz.


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