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DE OLHO NO CALENDÁRIO
Recesso vira chance de ganho extra
Enquanto alguns trabalham a contragosto, outros aproveitam para reforçar o orçamento
Renato Stockler/Folha Imagem
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O consultor Jonathas Matias de Oliveira, que programa viagens para emendar os feriados |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se, para muitas pessoas, o fato de o calendário deste ano estar recheado de feriados emendáveis é motivo de alegria, para
outras, a realidade é diferente.
Há quem trabalhe nesses dias,
em geral não por opção, mas
por causa do segmento em que
atua -como entretenimento,
serviços essenciais e comércio.
É o caso de Andréa Yanase
Rocha, 22, recepcionista do
Novotel Jaraguá Conventions.
"Não dá para gostar de trabalhar nos feriados, mas preciso
passar por isso para poder crescer na minha carreira", diz Rocha, que estuda hotelaria.
Para ela, os encontros com o
namorado ficam restritos às
tardes dos fins de semana, já
que os horários não coincidem.
A recepcionista trabalha das
7h às 15h20 e estuda à noite.
"Sinto-me mal em não poder
participar de alguns encontros
da família e por não ter pique
para sair à noite", lamenta.
Segundo o diretor de RH da
Accor Hotels, Sálvio Cristófaro,
os funcionários da rede são
alertados sobre sua atuação em
dias que normalmente são destinados a descanso -como feriados e fins de semana- logo
no momento da admissão.
"Alguns funcionários pedem
demissão porque não conseguem se adaptar. Isso é comum
na hotelaria", conta Cristófaro.
Ele afirma que, para algumas
pessoas, o fato de trabalhar
nessas datas é positivo. "Para
quem não tem familiares aqui,
chega a ser uma distração que
ajuda a data a passar despercebida. Há também quem aproveite a companhia dos colegas
para comemorar", comenta.
Movimento inverso
Além de perder um dia de
descanso, quem trabalha nos
setores que funcionam nos recessos vive uma sobrecarga
maior do que em dias comuns.
Nos cinemas, o movimento aumenta até 70% nos fins de semana e feriados, segundo o diretor de programação do Espaço Unibanco e do Circuito Cinearte, Adhemar Oliveira.
"Mesmo assim, é comum
funcionários que se endividaram pedirem para trabalhar à
meia-noite ou nos feriados para ganhar um pouco mais com o
adicional noturno ou com o pagamento dobrado", afirma.
A bilheteira do Espaço Unibanco Katia Miranda Damasceno, 26, é uma das que encaram o trabalho em feriados positivamente. "Sempre sei que
virá um pouquinho a mais na
conta no dia do pagamento e,
além de ganhar mais, o movimento maior faz as horas passarem mais rapidamente", diz.
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