São Paulo, domingo, 07 de março de 2004 |
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PERSONALIDADES NA BALANÇA Análise de temperamentos ajuda empresas a montar equipes mais produtivas e harmônicas Perfis que "batem de frente" prejudicam time
TATIANA DINIZ DA REPORTAGEM LOCAL Sabe aquela idéia de que dois bicudos não se beijam? Transporte-a para o ambiente de trabalho e tenha uma ilustração de quanto os conflitos oriundos das características de personalidade podem influir na obtenção de resultados ou na execução de projetos. Brigas, má vontade, frustração e doenças são sinais de que o convívio entre os funcionários pode não estar acontecendo de forma harmônica e produtiva. Isso porque há perfis que reagem melhor à interferência mútua enquanto outros tendem a "bater de frente". De olho nisso, as empresas têm usado, cada vez com mais freqüência, ferramentas de mapeamento de personalidade para conhecer melhor seus funcionários, o modo como trabalham e a forma como se relacionam entre si. "Quando as pessoas se conhecem bem e sabem como as outras funcionam, passam a ser mais hábeis no trato e otimizam o convívio", explica Andrea Massoud, da Living in Brazil Consulting. A empresa, que é especializada em adaptação de profissionais estrangeiros em outros países, trouxe para o Brasil o True Colors, método norte-americano baseado na teoria comportamental do psicólogo Carl Jung (1875-1961). A inovação está no uso de cores como ícones dos principais modelos de personalidade. "Geram identificação imediata e ajudam na assimilação", diz Massoud. "Todos aprendem rápido quem é verde, azul, laranja, dourado." Facilitadores Com a aplicação do True Colors na empresa em que trabalha, a Miliken, a gerente Marta Janowitzer, que está sendo preparada para assumir a liderança do grupo no Brasil, descobriu ser a única "laranja" (predominantemente criadora) numa equipe de maioria "azul" (relacional). "Aprendi que a pessoa que está do meu lado não é igual a mim, e que tirar proveito disso é o melhor caminho." Hoje os perfis coloridos são usados na Miliken como facilitadores de relacionamento e ajudam os profissionais a trabalhar pontos fracos. "Mas os conceitos não chegam a determinar as contratações", diz Roberto Nuñez, gerente-regional na América Latina. Mas, no futuro, essas informações devem passar a reger a formação de equipes, arriscam os especialistas. E até adquirirem peso de definição na hora de recrutar. Na esteira da tendência, o Grupo Catho está desenvolvendo, há oito meses, uma nova metodologia de seleção, que deve ser lançada ainda neste semestre. Segundo a consultoria, o "Recrutamento por Competência" será o primeiro produto brasileiro do gênero. "Vai colaborar para contratações assertivas", explica Fabiana Schvarcz, 30, gerente de desenvolvimento organizacional. Próximo Texto: No limite: "Por anos, fui obrigada a ser o que não sou" Índice |
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