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O profissional de vendas precisa de jogo de cintura não só para conquistar clientes mas também para administrar seu próprio dinheiro. Não é fácil manter a estabilidade financeira quando os ganhos dependem de comissões.
Porém driblar essas condições faz parte da rotina. "O vendedor acaba aplicando o senso comercial à sua vida", diz Carlos Henrique Ponzio, 44, da Toya Distribuidora Comercial, que não tem salário fixo há mais de dez anos.
O sucesso de quem trabalha no ramo depende de disciplina para equilibrar os meses de vendas fortes com aqueles períodos de movimento mais fraco.
"Quando comecei a trabalhar na área, passei a receber mais dinheiro do que estava acostumado. Depois percebi que os ganhos eram variáveis. Para me organizar, anotava todos os meus gastos e controlava o dinheiro o mês inteiro", conta Ivan Capdeville, 37, executivo da Barsa Planeta.
O corretor de imóveis Maurício Soares, 26, garante uma reserva financeira poupando todos os meses 20% de seu lucro. "Esse mercado exige muito equilíbrio. E é preciso pensar no futuro", avalia.
Para Eduardo Plassa, 23, supervisor de vendas da Tubos Ipiranga, o esforço é grande na hora de administrar as finanças. "Nos meses de boas vendas, deposito uma quantia na poupança, mas, quando preciso, prefiro recorrer ao cheque especial", conta. "O juro é alto, mas, se todas as vezes em que precisar, retirar da poupança, não economizo nunca."
Os rendimentos inconstantes são vistos por alguns profissionais justamente como um atrativo e a abertura para faturar mais.
Jogador de futebol em pequenos clubes até 1997, José Eduardo Alves, 28, viu na carreira de vendedor a possibilidade de obter rendimentos mais "polpudos".
Com vivência internacional e domínio de inglês e italiano, hoje trabalha na loja da marca Ferrari, na zona sul de São Paulo. "Meus ganhos são mais regulares do que na época de jogador", diz. (IL)


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