São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005

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Mulheres dizem entender o lado das empresas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando Soraia Karrer, 39, gerente de hospedagem, decidiu adotar o filho Rodrigo, há sete anos, a situação das mães adotantes era diferente. "Acatei o que meu sindicato dizia", recorda a executiva, que obteve três meses de licença. "Se fosse hoje, poderia ter os quatro que me seriam de direito, além do mês das férias."
Tendo sempre prestado serviço ao setor hoteleiro, a gerente ressalta que, apesar de ter contado com a compreensão de sua chefia, entende a dificuldade das empresas de lidar com uma licença-maternidade que não está exatamente prevista para acontecer. "A adoção pode ser a qualquer hora. Você é avisado de repente e acaba tendo que fazer isso com o seu chefe também", contrapõe.
A gerente diz ter passado a noite anterior ao comunicado da adoção à empresa sem dormir, de tanta ansiedade. O receio maior, segundo ela, era de que não pudesse deixar o trabalho, pois na época havia outra funcionária afastada para cuidar do filho.
Há apenas um mês, a empresária Lúcia Maria dos Santos, 50, recebeu a guarda provisória de Gabriel, 3, a quem conheceu numa casa de apoio em 2003. Tirar um período de licença-maternidade, entretanto, não está nos planos dela. "Já acompanho o Gabriel há um bom tempo. Eu conheço o meu filho há dois anos."
Adaptada à rotina da criança, Santos passa parte do dia com o garoto. De manhã, deixa-o no colégio e, à noite, dá mamadeira. Ela afirma ter conhecimento das leis trabalhistas e dos direitos das mães adotivas. "A licença, para quem adota, é fundamental, principalmente quando a criança já está maior, porque a mãe vai ter que recuperar todo um período de adaptação que não teve."
No papel de empresária, ressalta que para os empregadores o processo não é tão simples. "Mas a lei permite a contratação de alguém temporariamente para cobrir o período, o que já ajuda."


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