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Mulheres dizem entender o lado das empresas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando Soraia Karrer, 39, gerente de hospedagem, decidiu
adotar o filho Rodrigo, há sete
anos, a situação das mães adotantes era diferente. "Acatei o que
meu sindicato dizia", recorda a
executiva, que obteve três meses
de licença. "Se fosse hoje, poderia
ter os quatro que me seriam de direito, além do mês das férias."
Tendo sempre prestado serviço
ao setor hoteleiro, a gerente ressalta que, apesar de ter contado
com a compreensão de sua chefia,
entende a dificuldade das empresas de lidar com uma licença-maternidade que não está exatamente prevista para acontecer. "A
adoção pode ser a qualquer hora.
Você é avisado de repente e acaba
tendo que fazer isso com o seu
chefe também", contrapõe.
A gerente diz ter passado a noite
anterior ao comunicado da adoção à empresa sem dormir, de
tanta ansiedade. O receio maior,
segundo ela, era de que não pudesse deixar o trabalho, pois na
época havia outra funcionária
afastada para cuidar do filho.
Há apenas um mês, a empresária Lúcia Maria dos Santos, 50, recebeu a guarda provisória de Gabriel, 3, a quem conheceu numa
casa de apoio em 2003. Tirar um
período de licença-maternidade,
entretanto, não está nos planos
dela. "Já acompanho o Gabriel há
um bom tempo. Eu conheço o
meu filho há dois anos."
Adaptada à rotina da criança,
Santos passa parte do dia com o
garoto. De manhã, deixa-o no colégio e, à noite, dá mamadeira. Ela
afirma ter conhecimento das leis
trabalhistas e dos direitos das
mães adotivas. "A licença, para
quem adota, é fundamental, principalmente quando a criança já
está maior, porque a mãe vai ter
que recuperar todo um período
de adaptação que não teve."
No papel de empresária, ressalta
que para os empregadores o processo não é tão simples. "Mas a lei
permite a contratação de alguém
temporariamente para cobrir o
período, o que já ajuda."
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