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saúde corporativa
Mudança de fuso desregula funcionamento do corpo
Mal-estar causado em viagens longas interfere na vida profissional
MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Prospecção de negócios,
prestação de contas à matriz,
instituição de parcerias. Em
viagens internacionais, o profissional costuma enfrentar desafios. Mas os problemas aumentam quando, em vez de estar de prontidão, o viajante em
questão só pensa em dormir.
O jet lag -mal-estar que provém de viagens de avião e da
mudança de fuso horário- pode incluir desde sonolência até
problemas gastrintestinais.
A dificuldade começa no
avião: há pouco espaço para
movimentação, a pressão na
cabine é menor do que em terra
e é mais difícil pegar no sono.
Já em terra, o profissional
enfrenta a mudança no horário
e a conseqüente desregulação
dos "relógios" que regram o
funcionamento do corpo.
Quanto maior for a diferença
em relação à hora de casa, mais
intensos serão os problemas.
"A mudança rápida de fuso
estraga o ritmo biológico", explica Geraldo Lorenzi Filho, diretor do laboratório do sono da
disciplina de pneumologia do
InCor (Instituto do Coração).
Os sintomas da desregulação
podem incluir má digestão, flatulência, enjôo e falta de apetite. Outros sinais são insônia,
sonolência, dificuldade de concentração e irritabilidade.
Viajar para o Leste no globo
-do Brasil à Europa, por exemplo- tende a trazer maiores dificuldade de adaptação.
"Onde é mais tarde, a pessoa
sempre "corre atrás" de colocar
o sono em dia", ilustra Christina M. Funatsu Coelho, do ambulatório de distúrbios do sono
da Santa Casa de São Paulo.
Com fuso
A adaptação é possível, porém leva tempo. Segundo Dalva
Poyares, médica do Instituto
do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para cada dois fusos horários percorridos, uma pessoa saudável
precisa de um dia de adaptação.
Rubens Weg, 42, diretor comercial da Bayer Schering
Pharma, sofreu com jet lag enquanto morava na Alemanha e
fazia viagens freqüentes à Ásia
e à América do Norte.
Sua sensibilidade auditiva
crescia e ele sofria com os picos
de sonolência. "O famoso "pescar" durante reuniões", brinca.
Weg aprendeu, na prática, a
driblar os sintomas. "Procuro
tomar um banho no aeroporto
ou no hotel antes de seguir às
reuniões. É o que me acorda."
Outras atitudes podem diminuir os efeitos do mal-estar. Fazer refeição leve antes de embarcar, para não comprometer a digestão, é um exemplo.
Durante o vôo, como a umidade é baixa, diz Lorenzi, é preciso ingerir líquidos sem álcool.
Se necessário, um médico
pode receitar remédio indutor
de sono, desde que seu uso não
seja abusivo.
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