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Bônus ajuda a segurar talentos
Compra de ações é estratégia de retenção em 55% das pequenas e médias, mostra pesquisa
DE SÃO PAULO
Praxe entre grandes, oferecer ao funcionário a opção de
comprar cotas de participação ou mesmo presenteá-lo
com ações são iniciativas cada vez mais comuns em pequenas e médias empresas.
Das companhias brasileiras consultadas em pesquisa
da PricewaterhouseCoopers,
55% oferecem bônus anual e
20% dão bônus em exercício
de futuro -quando o montante é pago em cinco anos.
"É uma forma de retenção:
se o funcionário sair da empresa, perde o direito ao prêmio", explica Carlos Mendonça, sócio da consultoria.
Essas práticas visam blindar os colaboradores das
abordagens do mercado, "o
que evita a perda de profissionais estratégicos", avalia
Eduardo Baccetti, da 2Get.
"Os programas só tendem a
ficar mais agressivos."
Marcela Esteves, da Robert
Half, aponta que oferecer bônus "prende" o profissional à
empresa. "Ele não vai querer
perder o resultado do seu trabalho e dificilmente abandonará a função", assinala.
Para Roberto Morsa, da
Top Prime, a modalidade faz
o profissional se sentir parte
da conquista, "o que mexe
com o bolso e o coração".
CARTELA MAIOR
O escritório de advocacia
Reale e Moreira Porto Advogados implementou um plano de bônus semestral para
os dez advogados do escritório. "É uma maneira que encontramos de incentivá-los",
conta Osvaldo Gianotti Antoneli, 31, sócio do escritório.
Os advogados passam por
uma banca de avaliação e o
montante a receber é calculado sobre o resultado de cada
profissional. "Quem trabalhar mais, ganha mais."
"Após a implantação, nossa cartela de clientes aumentou", destaca Antoneli. Os
advogados podem triplicar
os ganhos com o bônus.
Na CAS Tecnologia, os profissionais têm direito a adquirir, anualmente, o equivalente ao seu salário em cotas
da empresa. "Queremos
elevar o comprometimento
com o negócio", conta o sócio Maurício Capelli, 43.
Cerca de 30% das cotas da
empresa estão nas mãos de
parte dos 150 funcionários,
que, para comprarem a participação, devem ter no mínimo um ano de casa. "O programa identifica os funcionários com o perfil empreendedor", comenta Capelli.
Em março passado, o assistente de "backup" Daniel
Raul Castro, 32, adquiriu
em cotas o equivalente a um
salário seu. "Pretendo investir mais", planeja Castro, que
enfatiza que seu desenvolvimento profissional está diretamente atrelado ao crescimento da empresa.
O benefício, destaca seu
chefe, Maurício Capelli, tem
como objetivo reter, e não
aprisionar. "Quem quiser
sair da empresa poderá
continuar como acionista."
A professora Ana Cristina
Limongi, da USP, discorda.
"Esses programas aprisionam os funcionários. De
alguma maneira, o profissional terá obrigatoriedade com
a organização", critica.
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