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EXECUTIVOS EM XEQUE
Profissionais recorrem ao seguro
Cerca de mil empresas no Brasil adotam o dispositivo, chamado D&O, aponta consultoria
Henrique Manreza/Folha Imagem
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Marcus Pinheiro, da Secure Computing, que atribui parte dos erros administrativos à pressão da matriz
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Riscos administrativos sempre existirão no alto escalão,
mas os executivos podem reduzi-los com algumas precauções.
"A primeira delas é adotar
controles internos rigorosos e
práticas mais conservadoras,
além de observar de que forma
a empresa vai crescer", afirma
Paulo Baptista, da companhia
de avaliação de riscos Marsh.
É preciso também adotar
protocolos para tomar decisão.
"Na dúvida, o executivo deve
consultar o departamento jurídico da empresa", recomenda o
advogado Renato Mandaliti,
sócio da Demarest & Almeida.
"Todo mundo está sujeito a
errar, mas o conhecimento das
bases teóricas [em economia e
em administração] diminui essa possibilidade", completa
Marcelo Lacerda, CEO (principal executivo) da Lanxess.
Mesmo com esses cuidados,
o risco de o profissional ser
processado por investidores,
acionistas, funcionários, fornecedores ou clientes persiste.
É ai que entram proteções
oferecidas pela empresa, como
a carta de garantia e o seguro de
responsabilidade civil de diretores e administradores (conhecido pela sigla D&O, do inglês "directors and officers").
A carta de garantia determina que o executivo não vai arcar
com prejuízos caso esteja agindo de acordo com os poderes
que a companhia lhe delegou.
Já o D&O existe para garantir
a proteção dos bens do executivo se seus recursos forem
bloqueados. Também arca com
custos da defesa e, dependendo
do caso, com as indenizações
-caso a decisão tenha sido
de boa-fé.
Moeda de troca
"As garantias começam a fazer parte do rol de preocupações dos executivos que vão
mudar de emprego", comenta
Mariá Giuliese, diretora-executiva da consultoria de carreira Lens & Minarelli.
Na Europa e nos EUA, esse tipo de seguro é mais difundido.
Por aqui, calcula-se que haja
mil empresas com a cobertura
-de um potencial de 50 mil-,
segundo a Towers Perrin, especializada em gestão de risco.
"O Brasil é um mercado
pouco assegurado, mas com
o tempo, isso mudará", complementa o "headhunter" Marcelo
Mariaca.
Para Ludovico Martin, gerente de RH da Lanxess, que
oferece o seguro aos executivos, a baixa adesão se deve ao
fato de ser "um produto novo".
Quem ainda não adotou esse
tipo de iniciativa começa a considerá-la. "Estamos discutindo
o uso desse dispositivo para
gestores e membros do conselho", pontua Cristiano Simon,
conselheiro de administração
de diversas companhias do setor de agronegócios.
(JV)
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