São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004

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PESQUISA DATAFOLHA

Variação média dos salários foi de 13,51%; levantamento foi realizado em 113 empresas da Grande São Paulo

Reajuste salarial supera inflação em 2003

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os reajustes salariais na Grande São Paulo ficaram em média 33% acima da inflação no primeiro ano do governo Lula. A conclusão é da pesquisa Bolsa de Salários, do instituto Datafolha, que coletou mensalmente dados sobre a variação salarial no ano passado.
De dezembro de 2002 a dezembro de 2003, a variação média dos salários ficou em 13,51%. No mesmo período, a inflação acumulada, de acordo com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), foi de 10,15%.
Nos outros dois anos em que a pesquisa foi feita, a variação salarial ficou abaixo da inflação: de dezembro de 2001 a dezembro de 2002, o reajuste médio foi 17,44% inferior e, de janeiro de 2001 a setembro de 2001, 53,68% menor.
A construção civil foi o segmento pesquisado que obteve os maiores reajustes no ano passado. O aumento médio no setor foi de 19,05% -variação de até 19,44% na construção pesada e de 18,72% na construção civil-, dividido em duas partes (a primeira em maio e a segunda em agosto).
Em segundo lugar, ficou a indústria, com 15,68%, seguida pelo comércio (14,35%) e pelo setor de serviços (10,20%). Em todos os segmentos, a variação salarial foi maior do que a inflação.
Em 2002, o comércio teve o maior índice -10,23%- e foi o único setor com reajuste superior à inflação. Naquele ano, o IPC registrado foi de 9,92%. A construção civil teve 9,15%, a indústria, 8,75%, e os serviços, 7,34%.

Dieese e IBGE
Dados de outros institutos de pesquisa mostram quadro menos animador em relação ao que ocorreu no ano passado. Os estudos, no entanto, além de terem focos diferentes, também utilizam metodologias distintas.
Balanço divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) referente ao primeiro semestre de 2003, no entanto, revelou o pior desempenho em negociações salariais de primeiro semestre desde 1999. O Dieese ainda não divulgou dados referentes ao segundo semestre de 2003.
Os números mostram que 54% das negociações de salário registradas pela entidade no primeiro semestre resultaram em reajustes inferiores à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice tem sido usado como parâmetro para a recomposição dos salários em negociações coletivas.
Já segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, entre os dez últimos meses de 2002 e os dez últimos meses de 2003, o rendimento médio real das pessoas ocupadas caiu 12,9%. O rendimento médio correspondente aos 12 meses de 2003 foi de R$ 864,18.



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