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MENOS VAGAS
Bolsa-auxílio é ajustada para baixo
Para não perder talentos, no entanto, algumas companhias reforçam o valor por hora
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A redução da jornada de oito
para seis horas diárias -uma
das modificações impostas pela
nova lei do estágio, em vigor
desde setembro de 2008- teve
impacto no bolso do estagiário.
O levantamento realizado
pela consultoria Mercer indica
que 63% das companhias pretendiam, em dezembro, rever
os valores das bolsas, independentemente da forma como
efetuavam o pagamento
-mensal ou por hora.
É o caso da Unilever, que fez
uma pesquisa de mercado e definiu que ajustaria a bolsa-auxílio proporcionalmente ao limite da carga de seis horas diárias.
O valor pago por mês recuou
de R$ 1.480 -antes oferecidos
para a jornada de oito horas
por dia- para, no máximo, R$
1.221,50 -no caso de alunos do
último ano do ensino superior.
De acordo com Eliana Ponzio, gerente de desenvolvimento de talentos da multinacional,
mesmo aqueles contratados
sob vigência da lei anterior -e
que poderiam ser "migrados"
para as novas regras depois, na
renovação do contrato- já estão recebendo bolsa e benefícios compatíveis com a nova lei.
O objetivo, diz, é evitar separar
os estagiários em dois grupos,
com benefícios diversos.
"Antes da lei, os valores das
bolsas-auxílio para estudantes
do ensino superior variavam de
R$ 500 a R$ 1.200. Atualmente,
ficam entre R$ 500 e R$ 800",
destaca Giuliano Bortoluci, diretor da Estagiarios.com.
Já o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) informa
que o valor médio das bolsas, de
R$ 600, foi mantido. Segundo a
entidade, 10% das vagas sofreram redução do valor pago.
Aumento por hora
A pesquisa da Mercer aponta,
contudo, que as empresas que
declararam continuar com a
bolsa-auxílio mensal manifestaram a intenção de definir um
novo valor para seis horas diárias de jornada, mas não com
uma redução proporcional.
"Diminuir demais a bolsa pode inviabilizar a retenção do
aluno", considera a consultora
sênior Ana Paula Henriques.
Foi o que fez a Parmalat, a
fim de atrair e manter jovens
talentos: reajustou o valor por
hora para compensar a adequação à jornada menor, explica a
diretora de recursos humanos
da empresa, Silvana Dino.
Há também algumas empresas que, para não deixar de ser
atrativas aos estudantes, optaram por manter a bolsa sem alteração, comenta Renata Campos, analista de recursos humanos da Foco Integração, do
Grupo Foco. Pela pesquisa da
Mercer, 18% das companhias
consultadas são a favor dessa
manutenção.
Caso da Assurant, pequena
empresa do setor de seguros
"business to business", que
manteve integralmente o valor
da bolsa-auxílio que era pago
por oito horas de trabalho.
"Nosso interesse é atrair e formar pessoas que possam assumir [cargos importantes] no futuro", comenta o coordenador
de recursos humanos da Assurant, Ricardo Hidalgo.
(RB e NCC)
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