São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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MENOS VAGAS

Bolsa-auxílio é ajustada para baixo

Para não perder talentos, no entanto, algumas companhias reforçam o valor por hora

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A redução da jornada de oito para seis horas diárias -uma das modificações impostas pela nova lei do estágio, em vigor desde setembro de 2008- teve impacto no bolso do estagiário.
O levantamento realizado pela consultoria Mercer indica que 63% das companhias pretendiam, em dezembro, rever os valores das bolsas, independentemente da forma como efetuavam o pagamento -mensal ou por hora.
É o caso da Unilever, que fez uma pesquisa de mercado e definiu que ajustaria a bolsa-auxílio proporcionalmente ao limite da carga de seis horas diárias.
O valor pago por mês recuou de R$ 1.480 -antes oferecidos para a jornada de oito horas por dia- para, no máximo, R$ 1.221,50 -no caso de alunos do último ano do ensino superior.
De acordo com Eliana Ponzio, gerente de desenvolvimento de talentos da multinacional, mesmo aqueles contratados sob vigência da lei anterior -e que poderiam ser "migrados" para as novas regras depois, na renovação do contrato- já estão recebendo bolsa e benefícios compatíveis com a nova lei. O objetivo, diz, é evitar separar os estagiários em dois grupos, com benefícios diversos.
"Antes da lei, os valores das bolsas-auxílio para estudantes do ensino superior variavam de R$ 500 a R$ 1.200. Atualmente, ficam entre R$ 500 e R$ 800", destaca Giuliano Bortoluci, diretor da Estagiarios.com.
Já o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) informa que o valor médio das bolsas, de R$ 600, foi mantido. Segundo a entidade, 10% das vagas sofreram redução do valor pago.

Aumento por hora
A pesquisa da Mercer aponta, contudo, que as empresas que declararam continuar com a bolsa-auxílio mensal manifestaram a intenção de definir um novo valor para seis horas diárias de jornada, mas não com uma redução proporcional.
"Diminuir demais a bolsa pode inviabilizar a retenção do aluno", considera a consultora sênior Ana Paula Henriques.
Foi o que fez a Parmalat, a fim de atrair e manter jovens talentos: reajustou o valor por hora para compensar a adequação à jornada menor, explica a diretora de recursos humanos da empresa, Silvana Dino.
Há também algumas empresas que, para não deixar de ser atrativas aos estudantes, optaram por manter a bolsa sem alteração, comenta Renata Campos, analista de recursos humanos da Foco Integração, do Grupo Foco. Pela pesquisa da Mercer, 18% das companhias consultadas são a favor dessa manutenção.
Caso da Assurant, pequena empresa do setor de seguros "business to business", que manteve integralmente o valor da bolsa-auxílio que era pago por oito horas de trabalho. "Nosso interesse é atrair e formar pessoas que possam assumir [cargos importantes] no futuro", comenta o coordenador de recursos humanos da Assurant, Ricardo Hidalgo. (RB e NCC)


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