São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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FACE AO DESEMPREGO

Demissões chegam ao alto escalão

Desligamentos atingem setores considerados vulneráveis e ainda são tidos como pontuais

Marcelo Justo/Folha Imagem
Ricardo Luiz Araújo, que foi demitido de uma constutora no fim de janeiro e pensa em mudar de segmento

NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A sombra do desemprego já atinge o alto escalão. É o que apontam dados e análises de 7 entre 10 das maiores consultorias em recursos humanos, recolocação e transição de carreira com atuação no Brasil procuradas pela Folha.
Na Hays, de novembro de 2008 a janeiro de 2009, as colocações tiveram redução de 20%. O número de contratações intermediadas pela consultoria caiu 29% em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Houve uma diminuição nas atividades das companhias dos segmentos mais afetados, como commodities, construção civil, setor financeiro e indústria, o que as levou a reduzir custos e realizar ajustes à nova realidade do mercado nesse período, afirma o diretor da Hays, João Márcio de Souza.
"Empresas dos setores atingidos pela crise estão se adaptando aos novos tempos", diz Matilde Berna, diretora de Transição de Carreira da consultoria Right Management.
"Isso aconteceu de forma mais acentuada em janeiro", afirma, revelando aumento de 65% no número de executivos desempregados em sua base de dados em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2008.

Congelamento
Para o diretor-presidente da Laerte Cordeiro Consultores em RH, Laerte Cordeiro, a maioria das empresas não foi impactada em cheio pela crise.
As consequências do cenário econômico nesse grupo são, em geral, congelamento das admissões e demissão de executivos cujo desempenho já estava comprometido.
Para Patricia Hanai, líder da área de remuneração da consultoria Hewitt Brasil, segmentos menos afetados conseguiram manter as posições e evitar cortes, mas os investimentos -como as aquisições e as contratações- foram atingidos.

Empregabilidade
Especialistas recomendam atentar para os resultados da empresa para evitar entrar na lista de executivos afastados do mercado de trabalho.
A sócia e diretora-geral da consultoria Mariaca, Patrícia Epperlein, sugere que o líder mostre que está procurando soluções e atento ao panorama do setor em que atua.
É o que tem feito o gerente de controladoria Reginaldo Carlos Gonçalves, 39. Ele diz que aproveita um MBA que está fazendo na Business School São Paulo para agregar ideias novas e trazer respostas à empresa em que trabalha.
O desempenho e os resultados, que sempre foram importantes na avaliação dos executivos, passam a ser ainda mais relevantes, analisa o consultor sênior de capital humano da Mercer Marcelo Ferrari.


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