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FACE AO DESEMPREGO
Foco vai para controle; seniores têm prioridade
Áreas de análise de risco, jurídica, custos e processos estão em alta
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os executivos das áreas de
análise de risco, controle, corte
de custos, revisão de processos
e jurídica estão em alta, em detrimento daqueles vinculados
aos setores de estratégia e expansão, segundo especialistas
consultados pela Folha.
"Há uma clara tendência de
contratação de profissionais ligados à proteção da operação
[das companhias]", assinala o
diretor da consultoria Hays,
João Márcio de Souza.
Da mesma forma, têm sido
valorizados executivos seniores, considerados mais experientes pelas firmas para a tomada de decisões estratégicas.
Sergio Campodarve, 50, é um
exemplo disso. Ele deixou a
multinacional em que trabalhava em setembro do ano passado e já estava contratado novamente em dezembro.
Para ele, um fator justifica o
curto período afastado do mercado de trabalho: a experiência
acumulada ao longo dos anos.
"Foi justamente para ajudar
a empresa a se adequar a esse
momento que fui contratado",
destaca o ex-gerente-geral de
multinacional e hoje diretor da
Ferplast, fábrica de componentes para o setor automotivo.
Esse perfil está valorizado
também porque as empresas
aproveitam o momento para
substituir executivos menos
qualificados por outros com
mais qualificação.
Segundo Fernando Mantovani, diretor da Robert Half, de
100 contratações feitas há cerca de seis meses, 80 eram para
novas vagas e 20, eram para
substituições. Agora, 50% dos
postos oferecidos são para
substituições de líderes.
A crise, dizem os consultores, facilitou a contratação desses profissionais, cujos salários
e bônus eram considerados altos demais para boa parte das
companhias quando a economia ainda estava ascendente.
Perfil pessoal
Áreas de atuação e experiência contam na seleção, mas há
outras características que podem reduzir o tempo de recolocação desses executivos.
Trazer resultados e ser flexível, criativo e resistente à pressão são as mais valorizadas agora. "O executivo tem de buscar
entender o negócio da empresa
e identificar a forma com que
sua equipe pode contribuir
com redução de custos e rentabilidade", diz Patricia Hanai, líder da área de remuneração da
consultoria Hewitt Brasil.
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