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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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Tradicional em administração, consultoria cresce em outras áreas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nascida dentro das escolas de administração -pela necessidade de oferecer maior experiência profissional aos alunos-, as empresas juniores atualmente estão em quase todas as áreas de formação, de engenharia a psicologia.
O modelo de funcionamento de uma empresa júnior costuma ser o mesmo, seja qual for o ramo de atividade. Em todas elas, os alunos são responsáveis pela gestão e não recebem nada pelo trabalho.
Paralelamente à administração, os estudantes desenvolvem projetos de consultoria em sua área de estudo para clientes externos, geralmente pequenas e médias empresas. O serviço é monitorado por um professor da instituição.
Para Jorge Trierweiler, 36, professor de engenharia química da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e um dos incentivadores da Bulk Empresa Júnior de Engenharia Química, a experiência de administrar uma companhia pode abrir novas perspectivas profissionais aos futuros executivos.
"Antes, o engenheiro saía da universidade diretamente para a indústria. Agora, com as empresas terceirizando cada vez mais, ele pode organizar seu trabalho e oferecer soluções para elas."
Marcelo Hass, 21, diretor-presidente da Bulk, diz que, apesar de difícil, a experiência compensa. "Tem sido importante sentir que precisamos ir atrás das coisas, não abaixar a cabeça e não desistir por causa de uma dificuldade."

Missão impossível
A busca por mais informações práticas sobre a profissão fez com que a Com Arte Júnior, do curso de editoração da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, fosse criada há quatro anos.
"Lidamos com administração, com gráficas, com clientes que, às vezes, pedem coisas impossíveis. Quem não está aqui perde essa experiência", avalia José de Souza Júnior, 19, que faz editoração.
O estudante de psicologia Diter Oliveira Borges, 24, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), disse que só descobriu o que era a profissão a partir de sua experiência na empresa júnior.
"Na faculdade, aprendemos a teoria. Na júnior, desenvolvemos o lado profissional", diz Borges. Ele dirige projetos de psicologia na área de recursos humanos, como seleção e treinamento.
Criada inicialmente para ser uma empresa júnior dentro dos padrões formais, a das Faculdades Tancredo Neves passou a oferecer o espaço físico e a estrutura aos estudantes que tiverem projetos de empresas próprias. Em contrapartida, parte do faturamento é repassada à júnior.
"Mais do que a estrutura física, a vantagem está na oportunidade de ter os professores como consultores", afirma o piloto Alexandre Toríbio, 38, um dos sócios da empresa Hangar 3, que está instalada na sede da empresa júnior.



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