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Tradicional em administração, consultoria cresce em outras áreas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nascida dentro das escolas de
administração -pela necessidade de oferecer maior experiência
profissional aos alunos-, as empresas juniores atualmente estão
em quase todas as áreas de formação, de engenharia a psicologia.
O modelo de funcionamento de
uma empresa júnior costuma ser
o mesmo, seja qual for o ramo de
atividade. Em todas elas, os alunos são responsáveis pela gestão e
não recebem nada pelo trabalho.
Paralelamente à administração,
os estudantes desenvolvem projetos de consultoria em sua área de
estudo para clientes externos, geralmente pequenas e médias empresas. O serviço é monitorado
por um professor da instituição.
Para Jorge Trierweiler, 36, professor de engenharia química da
UFRGS (Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e um dos incentivadores da Bulk Empresa Júnior de Engenharia Química, a experiência de administrar uma
companhia pode abrir novas
perspectivas profissionais aos futuros executivos.
"Antes, o engenheiro saía da
universidade diretamente para a
indústria. Agora, com as empresas terceirizando cada vez mais,
ele pode organizar seu trabalho e
oferecer soluções para elas."
Marcelo Hass, 21, diretor-presidente da Bulk, diz que, apesar de
difícil, a experiência compensa.
"Tem sido importante sentir que
precisamos ir atrás das coisas, não
abaixar a cabeça e não desistir por
causa de uma dificuldade."
Missão impossível
A busca por mais informações
práticas sobre a profissão fez com
que a Com Arte Júnior, do curso
de editoração da ECA (Escola de
Comunicações e Artes) da USP,
fosse criada há quatro anos.
"Lidamos com administração,
com gráficas, com clientes que, às
vezes, pedem coisas impossíveis.
Quem não está aqui perde essa
experiência", avalia José de Souza
Júnior, 19, que faz editoração.
O estudante de psicologia Diter
Oliveira Borges, 24, da UFBA
(Universidade Federal da Bahia),
disse que só descobriu o que era a
profissão a partir de sua experiência na empresa júnior.
"Na faculdade, aprendemos a
teoria. Na júnior, desenvolvemos
o lado profissional", diz Borges.
Ele dirige projetos de psicologia
na área de recursos humanos, como seleção e treinamento.
Criada inicialmente para ser
uma empresa júnior dentro dos
padrões formais, a das Faculdades Tancredo Neves passou a oferecer o espaço físico e a estrutura
aos estudantes que tiverem projetos de empresas próprias. Em
contrapartida, parte do faturamento é repassada à júnior.
"Mais do que a estrutura física, a
vantagem está na oportunidade
de ter os professores como consultores", afirma o piloto Alexandre Toríbio, 38, um dos sócios da
empresa Hangar 3, que está instalada na sede da empresa júnior.
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