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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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CONSULTORES DE FUTURO

Seleção concorrida vira segundo vestibular

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem entra para uma universidade já com a intenção de participar de uma empresa júnior deve estar preparado para prestar uma espécie de segundo vestibular: dependendo da faculdade, o processo seletivo é bastante disputado.
Na empresa júnior da Eaesp-FGV, por exemplo, a cada semestre cerca de 120 alunos participam da seleção e apenas 20 são escolhidos, em média. No Mackenzie, a concorrência em agosto de 2002 foi de 12,6 alunos por vaga.
Mas a forma de seleção pode variar. Na FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) todos os alunos interessados são admitidos para a fase inicial dos projetos.
"As portas nunca são fechadas. No começo do ano, há até 120 alunos na empresa, mas eles vão sendo selecionados naturalmente, até restar cerca de 50, que ainda vão diminuindo ao longo do ano", explica Matheus Rioffi, 18, um dos diretores da FEA Júnior.

Entre "amigos"
O processo seletivo é feito pelos próprios estudantes que integram a diretoria das empresas, o que pode significar um acréscimo no aprendizado. Afinal, eles têm de escolher entre seus próprios colegas. O desafio é conseguir um distanciamento pessoal e selecionar com base em critérios técnicos.
"Tivemos treinamento com uma consultoria de recursos humanos e foi possível ser imparcial na dinâmica de grupo e na entrevista", explica Felipe Ghiotto, presidente da empresa júnior do Ibmec. Ele reconhece que ficou ansioso com a função. "Tenho amigos que não passaram."
Ao participar da escolha de novos participantes, os diretores das juniores têm a oportunidade de enxergar o processo seletivo pelo qual poderão passar em um futuro breve, quando estiverem no mercado disputando uma vaga de estágio ou de emprego.
"Organizar o processo de seleção nos ajudará a lidar com ele mais para a frente", diz Ornella Guzzo, 19, aluna do terceiro ano de administração da ESPM. Ela só entrou na empresa na terceira tentativa e atualmente é diretora de recursos humanos.
Para o estudante de administração Davi Franco da Rocha, 22, que começou há poucas semanas um estágio em uma companhia multinacional, ter presidido uma empresa júnior proporcionou-lhe mais tranquilidade para enfrentar o processo seletivo. "Não é nada muito novo para a gente", avalia.
Segundo ele, a experiência que teve na empresa júnior foi o assunto da entrevista de seleção. "A consultoria júnior não ajuda a conseguir um estágio, mas desenvolve habilidades que facilitam, como senso de responsabilidade e capacidade de tomar decisões."



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