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CONSULTORES DE FUTURO
Seleção concorrida vira segundo vestibular
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem entra para uma universidade já com a intenção de participar de uma empresa júnior deve
estar preparado para prestar uma
espécie de segundo vestibular: dependendo da faculdade, o processo seletivo é bastante disputado.
Na empresa júnior da Eaesp-FGV, por exemplo, a cada semestre cerca de 120 alunos participam
da seleção e apenas 20 são escolhidos, em média. No Mackenzie, a
concorrência em agosto de 2002
foi de 12,6 alunos por vaga.
Mas a forma de seleção pode variar. Na FEA-USP (Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo) todos os alunos interessados são admitidos para a fase inicial dos projetos.
"As portas nunca são fechadas.
No começo do ano, há até 120 alunos na empresa, mas eles vão sendo selecionados naturalmente,
até restar cerca de 50, que ainda
vão diminuindo ao longo do
ano", explica Matheus Rioffi, 18,
um dos diretores da FEA Júnior.
Entre "amigos"
O processo seletivo é feito pelos
próprios estudantes que integram
a diretoria das empresas, o que
pode significar um acréscimo no
aprendizado. Afinal, eles têm de
escolher entre seus próprios colegas. O desafio é conseguir um distanciamento pessoal e selecionar
com base em critérios técnicos.
"Tivemos treinamento com
uma consultoria de recursos humanos e foi possível ser imparcial
na dinâmica de grupo e na entrevista", explica Felipe Ghiotto, presidente da empresa júnior do Ibmec. Ele reconhece que ficou ansioso com a função. "Tenho amigos que não passaram."
Ao participar da escolha de novos participantes, os diretores das
juniores têm a oportunidade de
enxergar o processo seletivo pelo
qual poderão passar em um futuro breve, quando estiverem no
mercado disputando uma vaga de
estágio ou de emprego.
"Organizar o processo de seleção nos ajudará a lidar com ele
mais para a frente", diz Ornella
Guzzo, 19, aluna do terceiro ano
de administração da ESPM. Ela só
entrou na empresa na terceira
tentativa e atualmente é diretora
de recursos humanos.
Para o estudante de administração Davi Franco da Rocha, 22, que
começou há poucas semanas um
estágio em uma companhia multinacional, ter presidido uma empresa júnior proporcionou-lhe
mais tranquilidade para enfrentar
o processo seletivo. "Não é nada
muito novo para a gente", avalia.
Segundo ele, a experiência que
teve na empresa júnior foi o assunto da entrevista de seleção. "A
consultoria júnior não ajuda a
conseguir um estágio, mas desenvolve habilidades que facilitam,
como senso de responsabilidade e
capacidade de tomar decisões."
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