São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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MERCADO DE TRABALHO

Terceiro setor gera 2.000 vagas a cada ano

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O mercado de trabalho para quem sonha em seguir carreira em ONGs, institutos e fundações ainda cresce, mas aos poucos.
Essa é uma das conclusões da quinta edição do "Censo do Terceiro Setor", um levantamento realizado pela Kanitz & Associados, com base no ano de 2000, entre as 400 maiores entidades do país. Juntas, elas representam de 85% a 92% desse segmento.
De acordo com o levantamento, o número de voluntários cresceu 178%. Os funcionários remunerados, que representam 18% da força de trabalho do setor, somavam 86.894 pessoas naquele ano.
"O crescimento continua, mas não será gerada grande massa de empregos, porque o setor ainda é muito pequeno no país", avalia Stephen Kanitz, 53, diretor-presidente da Kanitz & Associados. Ele calcula que surjam cerca de 2.000 vagas a cada ano no país.
Kanitz ainda destaca que a maior parte das oportunidades é destinada a funções de baixa remuneração, e que a média dos salários gira em torno de R$ 270.
"Apenas 10% dos postos oferecem remuneração de cerca de R$ 1.800. Para os outros, a média fica em torno de R$ 260", afirma.
O menor salário pago é de R$ 271. A remuneração média para funções de diretoria ficou em R$ 1.592, e o valor médio oferecido a um presidente, em R$ 1.700.

Profissionalização
Heloisa Occhiuze dos Santos, 48, gerente do núcleo de capacitação e mobilização do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), pondera que o voluntariado tem mais peso nas ONGs (organizações não-governamentais) que nas outras entidades.
"Em institutos e fundações, os salários são compatíveis com os cargos. O gerente de uma fundação pode ganhar o mesmo que o gerente de uma empresa."
As oportunidades não se restringem apenas a postos administrativos. "Como o terceiro setor é multidisciplinar, precisa ainda de muitos profissionais em áreas como educação, economia e comunicação, por exemplo", completa.
Mas se engana quem ainda pensa que atuar no setor exige apenas dedicação e boa vontade. Os interessados em trabalhar nessa área precisam ficar cada vez mais de olho no quesito qualificação.
"Quem está se formando agora precisa investir em uma especialização, bem como quem já está no mercado", aponta Santos.
(BRUNA MARTINS FONTES)



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