|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
sua carreira
psicologia
Há novos espaços em áreas como recursos humanos, judiciária, ambiental e hospitalar
Campo de atuação vai além do divã
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A capacidade de reflexão
analítica, essencial ao psicólogo, não se volta só para o paciente. Ao analisarem as dificuldades do mercado de trabalho, muitos estudantes desistem antes da formatura.
"Eles acreditam que é um caminho para resolver problemas
pessoais. Quando se deparam
com a realidade, frustram-se e
abandonam o curso", opina o
professor de psicologia da USP
Geraldo José de Paiva.
Os alunos concordam. "Há
uma forte quebra de expectativas", admite o estudante do
quinto ano da USP Dario Diniz,
24. "Muita gente entra na faculdade com a imagem do paciente no divã, querendo estudar
Freud, só que aí começam as
aulas de estatística", diz ele,
que pretende seguir pelas áreas
de RH e de psicologia clínica.
A diretriz das faculdades é
generalista, devido à recente
abertura de áreas de trabalho,
segundo o CRP-SP (Conselho
Regional de Psicologia).
"A graduação deve contemplar todas as possibilidades de
atuação. Cabe ao aluno se especializar em cursos de extensão", esclarece Maria Gonçalvez, presidente do CRP-SP.
A obtenção do diploma, afirma ela, é somente a primeira
etapa da formação do psicólogo. As demais vêm com prática,
cursos e vivência pessoal.
O caminho é mais árduo para
os que querem atuar em uma
das áreas mais cobiçadas da
carreira: a psicologia clínica.
As estratégias para se consolidar no atendimento psicoterapêutico variam. A do psicólogo Marcos Reitano foi manter
dois trabalhos por três anos.
Durante o dia, trabalhava no
departamento de RH de uma
empresa. À noite, partia para o
atendimento em consultório.
A rotina só terminou quando
se deparou com "dois casos
muito complexos". "Foi assustador, tive um choque de realidade e compreendi que não estava preparado [para clinicar]."
Encaminhou os pacientes para
outro profissional e se voltou
para a área organizacional, onde se especializou em desenvolvimento de lideranças.
Novos horizontes
Mas as possibilidades de trabalho não se limitam ao divã.
Há outros campos em expansão para psicólogos.
Na última década, a profissão
vem se diversificando e há profissionais atuando nas áreas esportiva, judiciária, ambiental e
hospitalar, entre outras.
"Essa mudança decorre da
compreensão de que, mais do
que atender no âmbito curativo
e individual, é possível fazer um
trabalho preventivo e de promoção de saúde coletiva", avalia Gonçalvez, do CRP-SP.
A área organizacional também guarda boas perspectivas.
Segundo consultores, é ela que
viabiliza a carreira de iniciantes
por oferecer mais postos de trabalho e melhor remuneração.
Para a psicóloga Vanessa Lima, 34, o fator econômico foi
determinante. "Meu sonho é
ser terapeuta, mas a remuneração do estágio em RH era melhor e segui por essa área."
Hoje, especializada em recrutamento e seleção, está
abrindo uma consultoria e retomando o atendimento em
consultório. "É a minha paixão.
Se não fosse paga pelas sessões,
acho que não me importaria."
Texto Anterior: Dicas para sobreviver à madrugada Próximo Texto: Áreas de atuação Índice
|