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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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BENEFÍCIOS

VIDA NA EMPRESA

Para reter os funcionários e mantê-los satisfeitos, empregadores investem em serviços diferenciados e levam academias, médicos, spas, creches e áreas verdes para dentro do ambiente de trabalho

Atrativos vão além do plano de saúde

ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Foi o tempo em que bastava ao empregador oferecer plano de saúde, auxílio-alimentação e seguro de vida subsidiados para cair nas graças dos profissionais. Hoje, as grandes companhias têm de investir muito além do "pacote essencial" de benefícios para seduzir funcionários e candidatos.
Os atrativos básicos não perderam importância, apenas se tornaram comuns demais. Segundo pesquisa da consultoria Towers Perrin, obtida com exclusividade pela Folha, 100% das grandes empresas do país concedem plano de saúde aos colaboradores. O auxílio-alimentação é realidade em 99% delas (veja os números no quadro abaixo).
Para se diferenciarem, enquanto alguns optam por "diferenciais monetários", como previdência privada e remuneração variável, outros miram o bem-estar.
Serviços como academias, massagistas, médicos, creches e outros estão à disposição em um grupo crescente de organizações.
Algumas enfocam mais do que qualidade de vida. "Conheço uma [firma] que coloca advogados tributaristas custeados à disposição dos gerentes", conta Marcos Morales, 37, diretor de capital humano da consultoria Watson Wyatt.
O grupo Pão de Açúcar também é exemplo. Possui quadras de squash, salão de beleza, shiatsu e psiquiatra na sede -além disso, facilita a compra da casa própria.
Na farmacêutica Organon um dos destaques é o lanche oferecido a quem estuda à noite. "Sempre conciliei trabalho e estudo, e a empresa em que estava não tinha lanche. Ter uma refeição antes de estudar é ótimo", diz o diretor de RH, Ivo Fernandes Locci.
Outra nova tendência é a de flexibilização dos benefícios. Assim, o funcionário escolhe o que quer ganhar. "Um solteiro vai preferir um MBA pago a um plano de saúde para o cônjuge", pondera Felinto Coelho, 43, gerente de aposentadoria da Towers Perrin.

Críticas
Alguns especialistas dão alerta sobre os benefícios que retêm o profissional na empresa. "É uma faca de dois gumes. Pode facilitar a vida de quem utiliza, mas diminui o "networking" [a rede de contatos e amizades] fora da empresa", diz Mauro Hollo, 45, sócio-diretor da consultoria Konsult.
João Canada Filho, 49, vice-presidente do Grupo Foco, concorda. Para ele, a prática "anula" as oportunidades de se relacionar com pessoas diferentes.



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