São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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MERCADO
Veja como enfrentar a escassez de vagas em áreas menos tradicionais
Flexibilidade ajuda a subir nas carreiras 'em baixa'

Greg Sallibian/Folha Imagem
A artista plástica Raquel Garbelotti, que conseguiu fazer estágio durante a faculdade, afirma que é preciso buscar alternativas na área escolhida


LIA REGINA ABBUD
da Reportagem Local

Se já é uma tarefa difícil conseguir uma oportunidade em áreas que estão em alta, o que dizer das profissões que têm um mercado de trabalho mais restrito e que nunca figuram na lista das carreiras mais promissoras do momento?
Ao mesmo tempo em que são cursos pouco disputados nos vestibulares, as vagas oferecidas no mercado, tanto para estágio quanto para emprego, são muito concorridas, já que há poucas disponíveis. Além disso, nem todas as universidades oferecem tais cursos.
Artes plásticas, filosofia, física, oceanografia, biblioteconomia e meteorologia são alguns exemplos. O curso de medicina na USP (Universidade de São Paulo) atraiu 44,4 candidatos por vaga no último vestibular. No de turismo, área em alta, a relação foi de 71,2 candidatos por vaga. Já no de física, o número foi 3,7, por exemplo.
Se no vestibular há pouca concorrência, no mercado de trabalho a situação é inversa, por causa das poucas vagas. Em 1998, enquanto o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) ofereceu 5.241 vagas em administração, foram ofertadas apenas 13 em física, 4 em artes plásticas e 1 em filosofia. Não houve nenhuma oportunidade em meteorologia, geofísica, oceanografia e letras (português/alemão).
Apesar de ser um terreno árido no mercado, essas profissões nem sempre significam dor de cabeça para quem as adota. Se o profissional souber agir, podem ser uma boa opção em meio às carreiras mais tradicionais ou "da moda".
A dica de quem atua nessas áreas é ampliar o leque de opções. É preciso descobrir todas as atividades que, de alguma forma, se relacionem com a carreira. Como são áreas em que dificilmente os candidatos irão encontrar anúncios de emprego nos jornais, é necessário ser flexível nos objetivos.

Vocação
Segundo Sylvana Rocha, 46, gerente educacional do CIEE, os estudantes devem seguir a real vocação, mesmo que o mercado seja restrito. "Os candidatos não devem seguir uma carreira só porque está na moda. As tendências se modificam rapidamente."
Segundo ela, profissionais que optam por cursos pouco procurados podem ser valorizados justamente pela falta de mão-de-obra qualificada. "O mercado poderá se expandir nos próximos anos."
A artista plástica Raquel Garbelotti, 25, contratada com exclusividade por uma galeria, diz que o artista pode atuar em várias áreas. "Quem tem medo acaba ficando no mesmo lugar."



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