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'ÁGUA MOLE, PEDRA DURA'
Geofísico abre empresa própria; oceanografia frustra 'sonhador'
da Reportagem Local
Quando buscava uma opção para
atuar na área de ciências exatas,
Renato Cordani, 28, conheceu, por
meio de seu pai, geólogo, o curso
de geofísica, novidade na época em
que prestou vestibular.
Hoje afirma que há poucas vagas,
mas também que há poucos concorrentes. "Às vezes, as vagas são
disputadas com engenheiros e
geólogos, já que aqui não há uma
tradição em formar geofísicos.
Mas quem tiver o inglês fluente e
um perfil de viajante terá boas
chances no mercado."
São várias as áreas de atuação,
desde a procura de novas jazidas
até a preservação e a recuperação
do meio ambiente. Para os novatos, Cordani diz que é importante
participar de congressos e visitar
empresas para definir a área de interesse e para fazer contatos.
No final do curso, conseguiu, por
meio de uma professora, um estágio em uma mineradora. A empresa contratou Cordani logo que ele
se formou.
Ele também fez mestrado e, paralelamente ao curso, abriu uma empresa que presta serviços a clientes
como a Vale do Rio Doce.
Segundo Ari Camargo, presidente do sindicato paulista dos geólogos, o piso "informal" dos geofísicos é o mesmo dos geólogos (já que
a profissão ainda não é regulamentada): 8,5 salários mínimos.
Perfil sonhador
Por gostar muito de mar e de pesquisa, Fernando Rosolia Dabdab,
24, prestou vestibular para oceanografia. Passou em uma faculdade particular em Itajaí (SC).
No entanto, desistiu do curso depois de dois meses, quando soube,
de fato, o que aprenderia na faculdade e como era o mercado de trabalho. "Meu objetivo era fazer pesquisa, mas de um modo muito sonhador. Fiquei desestimulado ao
ver que aquilo que queria não era o
mesmo que o mercado exigia."
Segundo Dabdab, o fato de existirem poucas faculdades da área no
país e de os cursos serem novos pode desmotivar os candidatos que
têm interesse por oceanografia.
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