São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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'ÁGUA MOLE, PEDRA DURA'

Geofísico abre empresa própria; oceanografia frustra 'sonhador'

da Reportagem Local

Quando buscava uma opção para atuar na área de ciências exatas, Renato Cordani, 28, conheceu, por meio de seu pai, geólogo, o curso de geofísica, novidade na época em que prestou vestibular.
Hoje afirma que há poucas vagas, mas também que há poucos concorrentes. "Às vezes, as vagas são disputadas com engenheiros e geólogos, já que aqui não há uma tradição em formar geofísicos. Mas quem tiver o inglês fluente e um perfil de viajante terá boas chances no mercado."
São várias as áreas de atuação, desde a procura de novas jazidas até a preservação e a recuperação do meio ambiente. Para os novatos, Cordani diz que é importante participar de congressos e visitar empresas para definir a área de interesse e para fazer contatos.
No final do curso, conseguiu, por meio de uma professora, um estágio em uma mineradora. A empresa contratou Cordani logo que ele se formou.
Ele também fez mestrado e, paralelamente ao curso, abriu uma empresa que presta serviços a clientes como a Vale do Rio Doce.
Segundo Ari Camargo, presidente do sindicato paulista dos geólogos, o piso "informal" dos geofísicos é o mesmo dos geólogos (já que a profissão ainda não é regulamentada): 8,5 salários mínimos.

Perfil sonhador
Por gostar muito de mar e de pesquisa, Fernando Rosolia Dabdab, 24, prestou vestibular para oceanografia. Passou em uma faculdade particular em Itajaí (SC).
No entanto, desistiu do curso depois de dois meses, quando soube, de fato, o que aprenderia na faculdade e como era o mercado de trabalho. "Meu objetivo era fazer pesquisa, mas de um modo muito sonhador. Fiquei desestimulado ao ver que aquilo que queria não era o mesmo que o mercado exigia."
Segundo Dabdab, o fato de existirem poucas faculdades da área no país e de os cursos serem novos pode desmotivar os candidatos que têm interesse por oceanografia.



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