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MÃO NA MASSA
Meteorologista e bibliotecária usam estágio para abrir portas
da Reportagem Local
Certo de que iria cursar geografia
ou física nuclear, Carlos Magno do
Nascimento, 37, que hoje é também apresentador da previsão do
tempo na Rede Globo, foi visitar a
faculdade de geografia para conhecer a grade disciplinar.
Como a faculdade de meteorologia ficava ao lado, acabou conversando com os professores e se interessando. "Minha família me
apoiou, mas alertou que não era
uma área tradicional e que o mercado era um pouco complicado."
Durante o curso, Magno decidiu
que queria atuar na área de previsão do tempo. Fez estágio no aeroporto do Galeão (RJ) e em uma
empresa que fazia previsão para as
companhias aéreas.
Em 1988, decidiu abrir uma empresa própria, que presta serviço
de previsão de tempo para empresas como a Nestlé e a Cetesb. Hoje
se divide entre a empresa e a TV.
O campo de atuação, segundo
Magno, é vasto. É possível lidar em
áreas como pesquisa, análise do
comportamento dos ventos, controle da qualidade do ar e meteorologia ligada à agricultura.
O mercado, na análise de Magno,
é crescente, já que as prestadoras
de serviço que atuam no Brasil são,
na maioria, norte-americanas.
As oportunidades não são muitas. É preciso ir procurar diretamente na fonte, segundo ele. No
início da carreira, seu salário era de
R$ 1.200. Magno não conta quanto
ganha hoje.
Vagas escondidas
Biblioteconomia é outro exemplo de curso com difícil entrada no
mercado. No início da carreira, é
complicado achar uma boa vaga,
segundo os profissionais da área.
Elza Maria Vieira, 22, recém-formada no curso, demorou cinco
meses para achar um estágio que
oferecesse boas condições de trabalho. "Recebia cerca de R$ 450
por mês, trabalhando meio período. A maioria das ofertas é para período integral, pagando R$ 120."
É possível atuar em museus, escritórios de direito, arquivos, bancos, empresas, consultorias e escolas. Mas Elza alerta que é fundamental fazer um estágio durante a
faculdade. "O curso é desanimador. Eu só me animei quando comecei a vivenciar a profissão."
Segundo o Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo, o
piso salarial da categoria é de R$
730, mas, nas três faixas salariais
existentes no sindicato, o maior salário é de R$ 5.000, pago a profissionais com cargo de chefia e que
conheçam mais de um idioma.
Mas também há quem desista da
área escolhida na faculdade. Lorayne Colliri, 23, que cursou letras
(português/alemão) com o objetivo de dar aulas de literatura, acabou indo trabalhar como assistente-executiva bilíngue e hoje planeja viagens e eventos.
Lorayne chegou a lecionar, mas,
como o salário era baixo, começou
a procurar atividades mais rentáveis. Hoje seu salário é de R$ 1.600.
Para quem pretende cursar letras, Lorayne diz que é fundamental saber qual o trabalho que quer
realizar para direcionar o curso.
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