São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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ELOS FRÁGEIS

Cooperado tem de reunir habilidades gerenciais

Conhecer funcionamento, sede e dirigentes é requisito para ingresso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A união de esforços em uma cooperativa exige do trabalhador uma combinação de habilidades de empregado e empregador. De um lado, é preciso reunir características como trabalho em equipe. De outro, uma dose de empreendedorismo e de técnicas de negociação.
"A cooperativa surgiu como uma alternativa ao trabalho autônomo e à terceirização por meio de agências especializadas", conta a tradutora Regina Thompson, 42, sobre a Unitrad (União dos Tradutores), da qual faz parte há cinco anos.
A união dos 40 profissionais, explica ela, trouxe uma série de benefícios. "Conseguimos trabalhos com regularidade, fechar contratos com empresas que geram grandes volumes de serviço e ter um acréscimo de 20% na nossa renda mensal", afirma ela, que atualmente é presidente da entidade.
O trabalho em equipe, explica Thompson, também rende ao grupo aperfeiçoamento profissional. O produto final é submetido à revisão dos colegas, que indicam aprimoramentos.
O esforço, porém, não fica restrito à tradução de documentos. Para fazer com que o fluxo de tarefas tenha continuidade, os cooperados tiveram de desenvolver outras habilidades. São eles os responsáveis pela captação de clientela.
"Vamos a feiras e eventos de negócios, onde conhecemos prováveis clientes", resume.

Participação
Conhecer a rotina, contudo, não é suficiente para tomar a decisão de tornar-se um cooperado. Especialistas recomendam que os trabalhadores busquem informações sobre funcionamento, dirigentes, localização da sede e periodicidade das reuniões em que são decididos os rumos do negócio.
Por lei, a entidade deve realizar ao menos uma assembléia ordinária anual. Não é raro, no entanto, que os eventos tenham freqüência maior.
"A cooperativa é uma sociedade. O cooperado tem de se comportar como sócio, ter participação ativa, formular críticas e dar sugestões sobre seu funcionamento. Todos devem buscar juntos o crescimento da organização", afirma o advogado Marcelo Murad, especialista em Direito do Trabalho e autor de um livro sobre o tema.


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