São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004
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PARTICIPAÇÃO NAS METAS Nos EUA, só 15% conhecem prioridades do empregador; no Brasil, RHs buscam formato eficiente Informar objetivos à equipe estreita vínculo
FREE-LANCE PARA A FOLHA Compartilhar estratégias de execução das principais metas com a equipe está longe de ser uma atitude inovadora. Segundo enquete feita pela consultoria americana FranklinCovey, saber como atingir metas e investir no capital humano tem sido a peculiaridade das empresas que conseguem se destacar em suas áreas. A prática, no entanto, ainda não integra o dia-a-dia de grande parte das empresas nacionais e internacionais, cujo "coeficiente de execução" anda baixo. Para saber quanto as empresas têm investido nisso, a FranklinCovey desenvolveu um questionário com a consultoria americana Harrys Group, focada em estratégia. Aplicado a 12 mil funcionários americanos, ele detectou um dos motivos para boa parte das organizações não alcançarem as metas: falta comunicação com os funcionários. "Fizemos essa pesquisa primeiramente na nossa empresa", revela Paulo Kretly, 43, presidente da FranklinCovey no Brasil. "Os funcionários disseram que ainda faltavam recursos para trabalhar melhor", afirma. "Depois que identificamos isso, pudemos, então, motivá-los a trabalhar visando atingir essas metas." Kretly diz que o primeiro passo nessa direção é compartilhar com os funcionários metas e planos de execução da empresa. A enquete apontou que só 15% dos entrevistados conhecem as principais metas da firma em que trabalham e que apenas 37% entendem as razões das medidas tomadas para alcançá-las. Resultado: o funcionário trabalha abaixo de sua capacidade e sem focar o objetivo. Compromisso "Quando há o conhecimento de como o seu trabalho interfere nas metas da empresa, o comprometimento é maior", diz Alberto Mistrello, gerente de treinamento da farmacêutica Schering-Plough. A empresa priorizou sua missão corporativa há cerca de um ano e meio e aponta alguns resultados. "Os departamentos formam comissões para discutir como executar as metas. Cada funcionário trabalha individualmente, mas dentro do que foi estabelecido como sendo missão da empresa." "Houve uma melhora gradativa no relacionamento [entre funcionários de áreas interligadas]", acrescenta. "O capital humano é importantíssimo para alcançar uma missão. Trabalhar com foco no resultado melhora a capacidade produtiva, mas temos de lembrar que quem faz isso é gente." Parte do todo Compartilhar essas metas com os funcionários não é visto como o suficiente por Eline Kullock, 49, presidente da empresa de consultoria Grupo Foco. "É preciso traduzir essas metas de uma forma compreensível, pois existem níveis diferentes de funcionários dentro da empresa", observa. Segundo a consultora, há uma ansiedade do colaborador em participar dos planos de execução. "Ele não quer só apertar parafuso, quer colaborar. E, quando entende a meta, vê que sua parte integra um plano bem maior." Um a um De olho nisso, o investimento no profissional tem sido a tática para a Avon alcançar metas. Há quatro anos, a firma aposta num programa que tem cronograma de execução, agendamento operacional de objetivos e avaliação da performance do funcionário. "Recebemos essa agenda no início do ano e apresentamos aos funcionários de todos os níveis nossos objetivos, por meio de palestras", detalha Carla Marques, 36, gerente de desenvolvimento organizacional. Cientes das metas, os funcionários têm seus objetivos revisados em julho, quando seu desenvolvimento também é analisado. A assistente de arte Marcele Ghelardi, 26, que atua sob esse programa na Avon há três anos, já passou pela experiência da "sinalização". "Não me senti constrangida porque vi que tinha uma parte do meu trabalho a melhorar. É uma conversa aberta e sem pressões sobre algo em que às vezes você nem sabe que está errando", diz. (LARISSA CORRÊA) Próximo Texto: Participação nas metas: RH e colaborador devem estar em sintonia fina Índice |
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