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Apoio a paralisação pode adiar ascensão na carreira
Profissional deve avaliar conjuntura e empregabilidade, diz especialista
Mateus Broxel/Folhapress
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Bancários no décimo dia de paralisação em frente a agência do banco Itaú, na rua Boa Vista, no centro de São Paulo
DE SÃO PAULO
O número de profissionais
que aderem a uma greve varia porque sua participação
pode ter impacto na carreira.
O funcionário muitas vezes não participa por medo
de prejudicar a vida profissional a longo prazo, já que a
paralisação é uma manifestação clara de confronto, asseguram especialistas consultados pela Folha.
Antes da decisão de se juntar à greve, é preciso avaliar a
empregabilidade do setor, a
conjuntura econômica e a capacidade de negociação entre o sindicato e a entidade
patronal, orienta Denise
Poiani Delboni, professora
de relações trabalhistas da
ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing).
"Dependendo da situação
em que se encontra o mercado de trabalho, o empresário
pode substituir o funcionário
quando quiser ou optar pela
terceirização do serviço",
complementa Delboni.
Outro risco é o empregador considerar que o funcionário grevista não está comprometido com os valores da
companhia, o que pode prejudicá-lo a longo prazo, diz
Ricardo Antunes, professor
titular de sociologia do trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Hoje [a paralisação] não é
motivo de demissão como
antes da Constituição de
1988 [que trouxe o direito de
greve], mas pode atrasar a
progressão da carreira."
Até manifestações de solidariedade a profissionais de
outras empresas pode comprometer o profissional.
O advogado E.T., 41, por
exemplo, perdeu o emprego
em uma empresa da iniciativa privada após se envolver
em greve de uma prefeitura
do interior de São Paulo.
Ele já havia trabalhado na
prefeitura como estagiário e
conhecia os grevistas. Na
ocasião, mesmo atuando em
outro estabelecimento, foi
até o local onde ocorria uma
assembleia dos servidores.
Segundo ele, foi desligado
assim que seu superior soube
do apoio aos grevistas.
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