S?o Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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Apoio a paralisação pode adiar ascensão na carreira

Profissional deve avaliar conjuntura e empregabilidade, diz especialista

Mateus Broxel/Folhapress
Bancários no décimo dia de paralisação em frente a agência do banco Itaú, na rua Boa Vista, no centro de São Paulo

DE SÃO PAULO

O número de profissionais que aderem a uma greve varia porque sua participação pode ter impacto na carreira.
O funcionário muitas vezes não participa por medo de prejudicar a vida profissional a longo prazo, já que a paralisação é uma manifestação clara de confronto, asseguram especialistas consultados pela Folha.
Antes da decisão de se juntar à greve, é preciso avaliar a empregabilidade do setor, a conjuntura econômica e a capacidade de negociação entre o sindicato e a entidade patronal, orienta Denise Poiani Delboni, professora de relações trabalhistas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"Dependendo da situação em que se encontra o mercado de trabalho, o empresário pode substituir o funcionário quando quiser ou optar pela terceirização do serviço", complementa Delboni.
Outro risco é o empregador considerar que o funcionário grevista não está comprometido com os valores da companhia, o que pode prejudicá-lo a longo prazo, diz Ricardo Antunes, professor titular de sociologia do trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Hoje [a paralisação] não é motivo de demissão como antes da Constituição de 1988 [que trouxe o direito de greve], mas pode atrasar a progressão da carreira."
Até manifestações de solidariedade a profissionais de outras empresas pode comprometer o profissional.
O advogado E.T., 41, por exemplo, perdeu o emprego em uma empresa da iniciativa privada após se envolver em greve de uma prefeitura do interior de São Paulo.
Ele já havia trabalhado na prefeitura como estagiário e conhecia os grevistas. Na ocasião, mesmo atuando em outro estabelecimento, foi até o local onde ocorria uma assembleia dos servidores.
Segundo ele, foi desligado assim que seu superior soube do apoio aos grevistas.


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