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ENGENHEIROS GLOBAIS
Empresas investem em formação internacional
Para executivos de RH, jovem deixa faculdade com "mentalidade local"
Renato Stockler/Folha Imagem
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PELO MUNDO
A engenheira Marina Velecico, 26, que tem o duplo diploma pela École Centrale de Paris e pela USP, estagiou em Londres
DA REDAÇÃO
O interesse dos alunos de engenharia em obter vivência internacional durante a graduação tem um motivador claro:
a procura crescente de empresas por jovens profissionais
com habilidades interculturais.
"Hoje, os mesmos produtos
são fabricados e vendidos em
diferentes mercados, por isso é
essencial ao engenheiro entender muito bem o consumidor
antes de projetar a mercadoria.
Além disso, é cada vez mais comum trabalhar em equipes internacionais", explica o professor da Escola Politécnica da
USP Paulo Carlos Kaminski.
A demanda sem precedentes
pelo engenheiro global, afirma,
é nítida tanto nas empresas
transnacionais quanto nas em
fase de internacionalização.
Mas, se o número de estudantes brasileiros no exterior é
crescente, a tendência de globalização da carreira, que vem
de fora para dentro das universidades, ainda não preenche as
necessidades das companhias.
"Os jovens recém-formados
chegam às empresas muito
voltados para o mercado local.
As universidades oferecem desenvolvimento técnico, porém
não passam um conhecimento
globalizado", aponta Ricardo
Del Palacio, gerente de RH da
multinacional suíça Sika Brasil.
"A formação acadêmica tem
muito a evoluir. A habilitação
ficou "parada" por anos", concorda Antônio Martins, gerente de engenharia da Ecovias.
Enquanto isso não acontece,
os próprios empregadores investem na formação desse profissional. É o caso da NEC, que
envia os engenheiros para uma
temporada de dois anos no Japão, país onde está a matriz.
"Hoje temos 20 colaboradores fora do Brasil e o intercâmbio vem aumentando nos últimos dois anos", afirma o diretor de RH, Donizetti Moretti.
Plano de carreira
Na avaliação do gerente de
desenvolvimento da CST-Arcelor, José Augusto do Santos
Servino, "é importante que o
perfil multicultural não seja
imposto pelas empresas".
"Ele deve fazer parte do plano de carreira da pessoa, pois é
possível ter uma vida profissional ascendente sem ser global."
Servino, contudo, diz reconhecer as chances reduzidas de
crescimento a quem se limita a
fazer carreira no Brasil. "O
mais importante é estar feliz. A
vida do engenheiro internacional não é fácil", conclui.
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