São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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Filme feito para empresas ainda está com cartaz

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Sempre de sorriso nos lábios, a paciente operadora de telemarketing ouve as reclamações de todos e as encaminha polida e prontamente com a voz peculiar dos filmes dublados. Ao falar em vídeo institucional, essa é uma das lembranças mais comuns das cenas exibidas.
Mesmo assim, longe do glamour do cinema, que conquista as empresas, esses filmes -adaptados, modernizados e produzidos em território nacional- não saíram de cena no aperfeiçoamento. "São bons para o treinamento", afirma Marco Antônio Gomes, 40, gerente de recursos humanos do grupo Hamburg-Sud.
O gerente de treinamento do Grupo Abril, Alexandre Campos de Souza, 32, utiliza três tipos de vídeo para os funcionários -os dirigidos, os do circuito comercial e os produzidos dentro do grupo. Para Souza, há espaço para cada um deles, dependendo da situação.
A gerente de unidade trainee Olívia Alves, 23, participante da platéia na Playland, avalia que os vídeos dirigidos exemplificam bem uma situação de trabalho, como o atendimento a clientes difíceis, último tema visto por ela em filme. Alves diz que alguns são "até divertidos", especialmente quando elaborados por produtoras brasileiras, porque são "mais adaptados" ao humor local.
Já a coordenadora de recursos humanos da Unilever, Virgínia Spinassé, conta que deixou de usar vídeos específicos para treinamento devido à repetição de títulos após algum tempo de uso da ferramenta.
"Melhor com do que sem", afirma o gerente de unidade da Playland Kleber Santos Cruz, 37. E essa não é apenas a opinião de quem assistiu a um treinamento. Como já foi professor, Cruz afirma que filmes do circuito comercial podem fazer com que a platéia associe idéias com mais rapidez. Mas destacou que os específicos têm seu papel a cumprir no caso de uma tarefa muito específica. Para ele, as sequências podem ser bastante instrutivas e quebram a monotonia de um longo roteiro descritivo.



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