São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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Ansiosos degustam por compulsão

DA REPORTAGEM LOCAL

Comer às escondidas pode ser um dos efeitos da proibição do consumo de chocolates em fábricas, conforme analisa Arthur Kaufman, médico do Departamento de Psiquiatria da USP.
Ele acredita que a política de liberação moderada adotada por algumas empresas seja uma boa estratégia para reduzir perdas e uma tentativa de fazer com que o empregado se afeiçoe ao ambiente de trabalho. "O funcionário fica satisfeito e depois deixa os chocolates em paz", afirma.
Não é descartada, contudo, a possibilidade de o trabalhador seguir degustando por compulsão, já que o chocolate tem propriedades tranqüilizantes.
E a chance é alta especialmente quando se trata de funcionários ansiosos, segundo Luiz Rosnel, psicólogo clínico do Centro de Pesquisa Aplicada do campus de Assis (SP) da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
A política de não proibir a degustação reduz a ansiedade no ambiente de trabalho, mas não é garantia de diminuição do consumo na produção.
"Um ambiente de trabalho tranqüilo ajuda, mas não é decisivo", diz, lembrando que o funcionário pode ter motivos particulares, e não necessariamente profissionais, que o aflijam e, conseqüentemente, o levem a comer maiores quantidades. "Nem todo ansioso é "chocólatra", mas todo "chocólatra" é ansioso", define.
Na Fachga, as compras mensais dos funcionários foram limitadas a 30% do salário. Segundo a proprietária da fábrica (instalada em São Paulo), a decisão foi tomada depois que ela percebeu que existiam funcionários que, em alguns meses, gastavam todo o salário com chocolates e, depois, não conseguiam pagar. (SBR)


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