São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Trabalho em baixa

Empresas ampliam exigências para recrutar profissional

Maior oferta de mão de obra qualificada demanda diferenciais como idade, intercâmbio e experiência

Rodrigo Capote/Folha Imagem
O engenheiro Ivan Pinto Dias Junior, que foi demitido de multinacional em 2009

DA REPORTAGEM LOCAL

A melhor opção para conseguir renda e emprego ainda é ter o ensino superior completo. O desemprego no nível é menor do que o de outras escolaridades, e a participação dos ocupados cresce em todas as regiões metropolitanas.
Na área de Recife, 11% dos ocupados contam com essa formação. Na região de Brasília, a participação é o dobro, 22%.
"O salário é, em média, três vezes maior [em comparação ao do ensino médio]", aponta Naercio Menezes, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper.
Mas não é o canudo embaixo do braço que dá acesso ao mercado, explicam especialistas.
"O diploma é uma qualificação de papel, virtual. O mercado de trabalho é altamente seletivo", considera Ana Heloísa da Costa Lemos, especialista em relações entre trabalho e escolaridade no Instituto de Administração e Gestão da PUC-Rio.
"Existem outras características que definem a contratação -diferenciais como idade, intercâmbio e experiências em outras empresas. Cada companhia pode considerar uma dessas características [como mais desejável] em relação às outras", afirma Juan Carlos Dans Sanchez, da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo.

Busca
Ivan Pinto Dias Junior, 45, perdeu o emprego em uma multinacional em outubro de 2009 após cerca de um ano na empresa. Engenheiro eletrônico com especialização em administração de empresas, ele usa "todas as formas possíveis" para encontrar um novo posto: fala com conhecidos e inscreve-se em sites de currículos.
Insatisfeita com as vagas disponíveis no mercado, Nicole Lagonegro, 29, quer obter uma certificação internacional.
Ela, que é professora de inglês com especialização em psicopedagogia, questiona a qualidade do modelo de contratação das escolas de idioma. "Querem nos registrar como instrutores [e não como professores]."
Atualmente em um trabalho temporário, Flaviane Sousa Nascimento, 23, busca um emprego fixo na área em que atua, comunicação e eventos. "Tenho feito muito mais entrevistas que no ano passado." (AL)


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